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Mostrando postagens com o rótulo Artigo

Tragédia Urbana na BR-101 em Estância: o alerta ignorado do DNIT e a luta dos vereadores Artur e Sandro

  A travessia urbana da BR-101 na cidade de Estância (SE) transformou-se em um corredor de alto risco, causando luto e insegurança para a população que diariamente precisa cruzar a rodovia para acessar bairros vitais como Bonfim, Piauitinga, Cidade Nova e Santo Antônio. O problema, que se arrasta por quase 80 anos , é marcado pela inércia do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes ( DNIT ), que, segundo lideranças locais, ignora sucessivos pedidos para a instalação de medidas de segurança. O Grito de alerta da política local O drama das travessias perigosas na BR-101, que corta a cidade de Estância de norte a sul, tem sido a principal bandeira de luta de alguns parlamentares. Os vereadores Artur do PT e Sandro Barreto Gomes (Sandro de Bibi) destacam-se na cobrança por soluções. Em pronunciamentos na Câmara Municipal, ambos reforçaram a necessidade urgente de intervenção, focando na instalação de semáforos nos trechos mais críticos e vias para pedestres....

A noite em que Tomar do Geru escolheu a mudança

Por: Genílson Máximo Na eleição municipal de 1992, Tomar do Geru viveu um dos episódios mais tensos de sua história política. O então candidato a prefeito Pedrinho Balbino, do PMDB, enfrentou ameaças de morte e perseguições que marcaram uma campanha cercada por medo e coragem. Mesmo sob pressão, ele desafiou a estrutura dominante que comandava a cidade havia mais de duas décadas — e acabou vencendo nas urnas, tornando-se símbolo de renovação política no município. A campanha e o clima de tensão Naquele início dos anos 1990, a política geruense era controlada por um grupo que desestimulava qualquer tentativa de oposição. Foi nesse ambiente hostil que Pedrinho Balbino decidiu disputar a prefeitura, apresentando-se como alternativa à velha ordem. Sua mensagem de mudança conquistou rapidamente a simpatia popular, enquanto o candidato apoiado pelo prefeito à época perdia fôlego nas pesquisas. O ponto mais dramático da campanha ocorreu em uma sexta-feira de outubro...

Cordas da Memória: Celso do Cavaquinho e o tempo em tom maior

  Loteamento São Paulo tem rua em sua homenagem Nascido em 9 de janeiro de 1939, na cidade de Estância, Celso Oliveira Santos emprestou o seu nome à Rua “E”, do Loteamento São Paulo — denominação instituída há 13 anos pela Lei Nº 1.549, de 27 de março de 2012, sancionada pelo então prefeito Ivan Leite (2008–2012), teve como proponente o vereaddor José Domingos Machado (Dominguinhos do PT).  A lei transformou a via em Rua Celso Oliveira Santos, uma justa homenagem aprovada pela Câmara Municipal quatro anos após o seu passamento. Assim, o artista que deu voz e alma ao cavaquinho ganhou o merecido reconhecimento: uma rua que carrega o som da sua memória. Celso do Cavaquinho tornou-se mais do que um músico — fez-se símbolo. Desde a infância, demonstrava uma afinidade quase mística com o instrumento que marcaria sua vida. Já adulto, conquistou o reconhecimento e o carinho popular, tornando-se sinônimo de pertencimento e paixão pela arte. Por onde passou, levou o nome de Estânci...

A herança do caos: Charles e a infância perdida atrás das grades da pobreza

  Entre o som do tiro e o silêncio da fome, um menino aprendeu cedo que sobreviver seria sua maior lição. Por Genílson Máximo*   Na periferia esquecida, a infância de Charles foi moldada pela violência e pela ausência. Criado entre grades e silêncios, ele representa milhares de meninos brasileiros órfãos de Estado, de afeto e de oportunidades. Uma história sobre o eco da pobreza que atravessa gerações. O estampido que marcou o início A primeira lembrança de Charles não é o colo da mãe, nem o aconchego de um brinquedo. É o som de um tiro ecoando pela viela. Aos seis anos, ele assistiu ao assassinato do pai, envolvido com o crime. Aquele disparo não matou apenas um homem — abriu uma ferida que atravessaria gerações. O episódio marcou o começo de uma vida sem rede de proteção. O que viria depois — pobreza extrema, abandono, prisões, perda — parecia já escrito nas paredes descascadas da casa da avó, Dona Belina. O refúgio de Dona Belina A casa simples, de paredes...

Opinião: Gilson Andrade: estratégia para tirá-lo do jogo político de 2026

  Por Genílson Máximo Nos bastidores da política sergipana, poucos nomes têm tanta capilaridade e projeção quanto o do ex-prefeito de Estância, Gilson Andrade de Oliveira . Médico, ex-deputado estadual por dois mandatos e gestor municipal por oito anos, ele consolidou liderança que ultrapassa sua base eleitoral — e, por isso mesmo, parece incomodar setores interessados em manter um determinado arranjo de poder. Nesta semana, seu nome ocupa o centro da arena pública não por uma nova proposta ou agenda de pré-campanha, mas por estar listado em Ação Civil Pública por improbidade administrativa , ajuizada pelo Ministério Público de Sergipe . A peça trata de contratações emergenciais de limpeza pública no início do mandato (2017) , sob a alegação de que os decretos que embasaram a dispensa de licitação não teriam respaldo fático suficiente. A peça ministerial sugere suposto prejuízo ao erário — embora reconheça a ausência de dolo em relação a outros envolvidos. Já a defesa de...

Câmara Municipal de Estância: o legado político de André Graça e Filadelfo Alexandre

Existem momentos na história de uma cidade que se tornam marcos. São ações que não apenas resolvem questões imediatas, mas que se transformam em legados, permanecendo vivos mesmo após décadas. Na trajetória do Parlamento estanciano, dois nomes se destacam como protagonistas de mudanças significativas: André Graça e Filadelfo Alexandre . André Graça: de vereador a presidente transformador A trajetória política de André Graça sempre esteve marcada pela proximidade com o povo e pelo trabalho firme em favor de Estância. Antes de se tornar prefeito, sua atuação na Câmara Municipal deixou raízes profundas. Durante dois mandatos como presidente da Casa Legislativa, André Graça liderou uma transformação que deu nova identidade à sede da Câmara. Não foi apenas uma reforma; foi uma reconstrução de valores, de estrutura e de funcionalidade. Sob sua gestão, o prédio ganhou imponência e se tornou referência no interior de Sergipe. Foram construídos novos gabinetes – atendendo à necessidade de todo...

Filadelfo Alexandre: um visionário que deu endereço à Câmara Municipal de Estância

Durante décadas, a Câmara Municipal de Estância — uma das mais antigas do estado de Sergipe — não passava de uma inquilina no centro da cidade. Instalada em um casarão modesto na Rua Capitão Salomão, o Parlamento Estanciano funcionava com estrutura limitada, sem o peso simbólico que o Poder Legislativo de uma cidade-polo como Estância deveria carregar. Essa realidade mudou em 2005, quando um jovem do cenário político local assumiu a presidência da Casa: o empresário Filadelfo Alexandre, reeleito vereador para a legislatura daquele ano. “Na condição de presidente da Casa de Leis, entendi que já passava da hora de a Câmara Municipal ter uma sede que pudesse engrandecer ainda mais o Parlamento Estanciano”, afirma ele, relembrando o início da articulação. Uma articulação de bastidores A conquista da sede própria da Câmara não foi obra de um único gestor, mas fruto de uma articulação política complexa, envolvendo três esferas de poder: o Legislativo municipal, o Executivo local e o Jud...

Fernandinho da 7 Desejos: música, memória e legado em Estância

Enquanto houver som, haverá 7 Desejos    Quem viveu os anos 80 e 90 em Estância sabe que a cidade não apenas tinha música — ela era música. De cada clube, praça ou praia ecoavam os sons de forrós bem marcados, guitarras com alma e batuques cheios de alegria. Era uma época em que o coração batia no compasso dos conjuntos musicais, como os lendários Os Cometas e Unidos em Ritmo, rivais discretos, mas unidos por uma mesma missão: colocar Estância para dançar. Foi nesse solo fértil, entre trilhos musicais e sons de trio elétrico, que um menino chamado Fernandinho — hoje conhecido por todos como Fernandinho da 7 Desejos — começou a rabiscar seu destino. Filho da terra e forjado na paixão sonora, ele aprendeu, como poucos, a conversar com instrumentos. Bateria, teclado, sanfona, baixo... Todos lhe respondiam como velhos amigos. Era como se o sangue que corria em suas veias pulsasse em compassos. “Guardo todos os instrumentos. Não vendi nem uma baqueta. Está tudo bem guardado”, di...

Porto D’Areia: ganha-pão de mulher preta

Foto ilustrativa: Pinterest No tecido urbano do pitoresco enclave do bairro Porto D’Areia, aninhado em Estância, repousa uma narrativa gloriosa, um testemunho crítico na tessitura da identidade desta urbe. Este é um espaço onde vestígios arquitetônicos reverberam um período áureo de primazia na indústria e no comércio, quando as águas do rio Piauí eram o fluído vital da economia local. Entre as ruínas dos antigos trapiches, ergue-se majestosa a chaminé da extinta Fábrica de Óleos Vegetais "Luso Brasileira". E é neste cenário que ecoam ainda hoje as vozes ecoantes das mulheres negras, cujo labor incansável forjou a própria alma de Porto D’Areia. Recordo-me dos dias dourados de minha infância, quando residia na Rua José Pires, popularmente conhecida como Rua da Tamanca, testemunhando a imprescindível contribuição das mulheres negras e pardas, muitas delas privadas do acesso à educação formal. Eram elas os esteios de suas famílias, laborando sem descanso para prover o sustent...

Ezequias do Trio Sertanejo fala sobre o tempo bom do forró em Estância

Ezequias, Estanciano da Gema   No coração do Nordeste, onde o forró pulsa como a própria alma do povo, a cidade de Estância, em Sergipe, guarda em sua história um capítulo vibrante escrito pelo Trio Sertanejo. Nas décadas de 70, 80 e meados de 90, Ezequias, Tonho Maroto e Pedro Sertanejo levaram a alegria do forró pé-de-serra a estancianos, sergipanos e baianos, com um jeito singular que transformava qualquer noite em um festejo inesquecível. Mais do que um grupo musical, o Trio Sertanejo foi um símbolo de união, cultura e resistência nordestina, ecoando os acordes dos maiores ícones do gênero e deixando um legado que ainda ressoa nas memórias dos amantes do São João. O forró é muito mais que um ritmo ou uma dança; é a voz do sertão, a celebração da vida em meio às adversidades, o encontro de gerações sob o céu estrelado das festas juninas. Em Estância, conhecida por sua fervorosa devoção aos santos do ciclo junino – São João, São Pedro e Santo Antônio –, o forró encontra terreno...