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Mostrando postagens com o rótulo Artigo

Câmara Municipal de Estância: o legado político de André Graça e Filadelfo Alexandre

Existem momentos na história de uma cidade que se tornam marcos. São ações que não apenas resolvem questões imediatas, mas que se transformam em legados, permanecendo vivos mesmo após décadas. Na trajetória do Parlamento estanciano, dois nomes se destacam como protagonistas de mudanças significativas: André Graça e Filadelfo Alexandre . André Graça: de vereador a presidente transformador A trajetória política de André Graça sempre esteve marcada pela proximidade com o povo e pelo trabalho firme em favor de Estância. Antes de se tornar prefeito, sua atuação na Câmara Municipal deixou raízes profundas. Durante dois mandatos como presidente da Casa Legislativa, André Graça liderou uma transformação que deu nova identidade à sede da Câmara. Não foi apenas uma reforma; foi uma reconstrução de valores, de estrutura e de funcionalidade. Sob sua gestão, o prédio ganhou imponência e se tornou referência no interior de Sergipe. Foram construídos novos gabinetes – atendendo à necessidade de todo...

Filadelfo Alexandre: um visionário que deu endereço à Câmara Municipal de Estância

Durante décadas, a Câmara Municipal de Estância — uma das mais antigas do estado de Sergipe — não passava de uma inquilina no centro da cidade. Instalada em um casarão modesto na Rua Capitão Salomão, o Parlamento Estanciano funcionava com estrutura limitada, sem o peso simbólico que o Poder Legislativo de uma cidade-polo como Estância deveria carregar. Essa realidade mudou em 2005, quando um jovem do cenário político local assumiu a presidência da Casa: o empresário Filadelfo Alexandre, reeleito vereador para a legislatura daquele ano. “Na condição de presidente da Casa de Leis, entendi que já passava da hora de a Câmara Municipal ter uma sede que pudesse engrandecer ainda mais o Parlamento Estanciano”, afirma ele, relembrando o início da articulação. Uma articulação de bastidores A conquista da sede própria da Câmara não foi obra de um único gestor, mas fruto de uma articulação política complexa, envolvendo três esferas de poder: o Legislativo municipal, o Executivo local e o Jud...

Fernandinho da 7 Desejos: música, memória e legado em Estância

Enquanto houver som, haverá 7 Desejos    Quem viveu os anos 80 e 90 em Estância sabe que a cidade não apenas tinha música — ela era música. De cada clube, praça ou praia ecoavam os sons de forrós bem marcados, guitarras com alma e batuques cheios de alegria. Era uma época em que o coração batia no compasso dos conjuntos musicais, como os lendários Os Cometas e Unidos em Ritmo, rivais discretos, mas unidos por uma mesma missão: colocar Estância para dançar. Foi nesse solo fértil, entre trilhos musicais e sons de trio elétrico, que um menino chamado Fernandinho — hoje conhecido por todos como Fernandinho da 7 Desejos — começou a rabiscar seu destino. Filho da terra e forjado na paixão sonora, ele aprendeu, como poucos, a conversar com instrumentos. Bateria, teclado, sanfona, baixo... Todos lhe respondiam como velhos amigos. Era como se o sangue que corria em suas veias pulsasse em compassos. “Guardo todos os instrumentos. Não vendi nem uma baqueta. Está tudo bem guardado”, di...

Porto D’Areia: ganha-pão de mulher preta

Foto ilustrativa: Pinterest No tecido urbano do pitoresco enclave do bairro Porto D’Areia, aninhado em Estância, repousa uma narrativa gloriosa, um testemunho crítico na tessitura da identidade desta urbe. Este é um espaço onde vestígios arquitetônicos reverberam um período áureo de primazia na indústria e no comércio, quando as águas do rio Piauí eram o fluído vital da economia local. Entre as ruínas dos antigos trapiches, ergue-se majestosa a chaminé da extinta Fábrica de Óleos Vegetais "Luso Brasileira". E é neste cenário que ecoam ainda hoje as vozes ecoantes das mulheres negras, cujo labor incansável forjou a própria alma de Porto D’Areia. Recordo-me dos dias dourados de minha infância, quando residia na Rua José Pires, popularmente conhecida como Rua da Tamanca, testemunhando a imprescindível contribuição das mulheres negras e pardas, muitas delas privadas do acesso à educação formal. Eram elas os esteios de suas famílias, laborando sem descanso para prover o sustent...

Ezequias do Trio Sertanejo fala sobre o tempo bom do forró em Estância

Ezequias, Estanciano da Gema   No coração do Nordeste, onde o forró pulsa como a própria alma do povo, a cidade de Estância, em Sergipe, guarda em sua história um capítulo vibrante escrito pelo Trio Sertanejo. Nas décadas de 70, 80 e meados de 90, Ezequias, Tonho Maroto e Pedro Sertanejo levaram a alegria do forró pé-de-serra a estancianos, sergipanos e baianos, com um jeito singular que transformava qualquer noite em um festejo inesquecível. Mais do que um grupo musical, o Trio Sertanejo foi um símbolo de união, cultura e resistência nordestina, ecoando os acordes dos maiores ícones do gênero e deixando um legado que ainda ressoa nas memórias dos amantes do São João. O forró é muito mais que um ritmo ou uma dança; é a voz do sertão, a celebração da vida em meio às adversidades, o encontro de gerações sob o céu estrelado das festas juninas. Em Estância, conhecida por sua fervorosa devoção aos santos do ciclo junino – São João, São Pedro e Santo Antônio –, o forró encontra terreno...

Ivan Leite: um exemplo de integridade na vida pública

Foto: do arquivo pessoal Ivan Leite: a prova de que a democracia não se compra  Nas eleições municipais de 1988, disputavam a sucessão municipal Valter Cardozo, que tinha o médico Jackson Guimarães como vice-prefeito (PDS); Nivaldo Silva, com Raimundo Neto como vice-prefeito (PFL); e Ivan Leite, que estreava na política aos 32 anos, tendo Pedro Siqueira como vice-prefeito (PDC). Foi uma disputa acirrada. Valter Cardozo venceu com 6.229 votos. Ivan Leite ficou em segundo lugar, com mais de cinco mil votos e Nivaldo Silva terminou em terceiro. Ivan Leite: a prova de que a democracia não se compra Em qualquer democracia saudável, o respeito ao eleitor é inegociável. Quando o voto se transforma em moeda de troca, perde-se a essência da cidadania, e a política se reduz a um balcão de interesses imediatos. A corrupção eleitoral, seja na forma explícita da compra de votos ou em concessões disfarçadas, corrói a confiança pública e impede o progresso genuíno. É nesse cenário que a tra...

Pais precisam assumir protagonismo na proteção digital dos filhos, aponta projeto de lei no Congresso

Imagem ilustrativa: Google   Vivemos uma era marcada pelo contraste entre gerações. De um lado, pais que cresceram sem internet, redes sociais ou celulares. De outro, filhos que nasceram conectados, habituados a telas e interações digitais desde cedo. Essa diferença impõe desafios, exige aprendizados e demanda vigilância. O mundo digital, embora repleto de oportunidades, também apresenta riscos reais — e ignorá-los é colocar em perigo o bem-estar de crianças e adolescentes. Desinformação, crimes e exposição precoce No ambiente online, jovens estão sujeitos ao cyberbullying, ao contato com criminosos e ao consumo de conteúdos impróprios. A facilidade de acesso, somada à ausência de supervisão, cria um terreno fértil para situações que comprometem a saúde emocional e a segurança física de menores. Nesse cenário, a presença dos pais é mais do que desejável — é indispensável. Acompanhar a vida digital dos filhos não significa invadir sua privacidade. Trata-se de zelar por seu d...

Dr. Gilson Andrade: 37 anos de medicina e 36 anos de dedicação à Saúde de Estância

Em Estância, o nome do médico obstetra e ginecologista Gilson Andrade se confunde com a história da saúde local. Há 37 anos, ele se formava em Medicina pela UFS, e logo em seguida, trocou sua cidade natal, Itabaiana, pela acolhedora Estância, banhada pelo rio Piauitinga. Desde então, sua dedicação e profissionalismo têm sido pilares no Hospital Regional Amparo de Maria (HRAM), onde atua há 36 anos, marcando gerações de estancianos e moradores de cidades vizinhas. Dr. Gilson Andrade, um apaixonado pela medicina desde cedo, sempre nutriu o desejo de ajudar as pessoas, um ideal que tem concretizado ao longo de quase quatro décadas. Seu trabalho incansável e sua paixão pela saúde da mulher o levaram a implantar em Estância uma clínica especializada, onde se dedica diariamente a cuidar de suas pacientes. O reconhecimento da comunidade estanciana veio em forma de um título honorífico de cidadania, concedido pela Câmara Municipal, tornando-o oficialmente um "filho" da cidade do juri...

Lobisomem que se atreva: no Alto do Cheiro, quem manda é Zé de Antero

Essa história é daquelas de deixar o queixo caído, que só rolam no interiorzão, com aquele jeitão que mistura causos, risadas e um tiquinho de medo. Tudo aconteceu num fim de semana de dezembro de 2008, lá no povoado Alto do Cheiro, em Riachão do Dantas, Sergipe. Fui parar ali a convite do meu parceiro de longa data, Zé de Antero, pra curtir um dia na roça, com direito a comilança e muita prosa. Chegando na cidade, já entrei no clima. Tava tocando uma música do Zetinha forrozeiro danado da região, e não resisti: fui logo visitar a igreja de Nossa Senhora do Amparo, a padroeira. Enquanto admirava o lugar, lembrei de uma história triste que o povo ainda comenta. Em 1966, um garotinho chamado Augusto Sérgio, que tocava o sino durante a missa, caiu da torre da igreja bem na hora da elevação. Levaram o menino pro hospital em Lagarto, mas ele não resistiu. Até hoje, essa tragédia mexe com o coração dos riachãoenses. Agora, deixa eu te contar sobre Riachão do Dantas, que já teve seus cinco mi...

Os cabarés de Estância, os homens de bem e o falso moralismo

Sem a menor pretensão de estar escrevendo algo original, singular, adianto que a minha motivação   para juntar esse monte de letras que chamo de texto, são as obras de Gabriel Garcia Marques, “Memórias de Minhas Putas Tristes”, as de Jorge Amado, “Teresa Batista Cansada de Guerra”, e Gabriela Cravo e Canela, assim como as músicas, “Cabaré” de João Bosco e Aldir Blanc, “Folhetim” de Chico Buarque de Holanda e “Geni e o Zepelim” também de Chico Buarque. Farei   observações sobre as profissionais do sexo, ora como putas, ora como prostitutas, ou qualquer outro sinônimo, seguindo o vocabulário de cada época. Escrever sobre personagens do andar de cima ou do andar de baixo é uma opção ideológica e não literária em minha opinião, por isso escolhi mais uma vez escrever sobre gente discriminada, gente que apesar do trabalho que exercia, tinha mais dignidade do que se imagina. Estou me referindo aos proprietários de cabarés. Quanto mais lemos, quanto mais estudamos as obras ...