Estância,
nome de sonoridade agradável, ascende ao substantivo feminino com harmonia, sem
provocar cacófato. Provavelmente, por sua antiga ligação com o município de
Santa Luzia — do qual foi povoação —, tenha recebido de Pedro Homem da Costa,
um mexicano que por aqui passou, o nome de Estância. Talvez por ser um ponto de
parada, de descanso, em tempos de longas viagens de comércio entre os povos da
época.
Denominada
por Dom Pedro II como o “Jardim de Sergipe”, Estância guarda em sua essência um
riquíssimo patrimônio arquitetônico. São sobrados azulejados, becos estreitos e
ruas históricas que resistem, mesmo diante das perdas provocadas por
destruições e mutilações de prédios de valor inestimável. Estância das festas
juninas, do barco de fogo, dos grupos folclóricos — uma cidade onde a cultura
pulsa viva, principalmente nos nomes de suas ruas, que carregam histórias e
memórias profundas.
No
programa "Sábado Esperança", que foi levado ao ar pela Rádio
Esperança, era feita a leitura dos nomes dessas ruas. O objetivo era de manter
acesa essa chama cultural entre os mais jovens, remontando a história de um
povo que tem dado uma das mais significativas contribuições culturais ao estado
de Sergipe.
As ruas de Estância: fragmentos vivos da História
São elas:
- Rua do Arame
- Rua dos Ferreiros
- Rua da Opa
- Rua do Cravo
- Rua da Rosa
- Rua da Baixa
- Rua do Sol
- Rua da Barra
- Rua do Areial
- Rua do Capim Macio
- Rua do Quilombo
- Rua do Gato Preto
- Rua do Gravatá
- Rua do Aquidabã
- Rua do Bumbunrum
- Rua da Chapada
- Rua do Sangue
- Rua da Alegria
- Rua do Limoeiro
- Rua do Coqueiro
- Rua da Jaqueira
- Rua do Queiroz
- Rua do Xixio
- Rua dos Pilares
- Jardim Velho
- Rua do Pernambuquinho
- Rua do Malheiro
- Rua da Tamanca
- Rua do Triunfo
- Rua do Cajueirinho
- Caminho do Rio
- Rua da Miranga
- Rua do Ouro
- Rua Formosa
- Rua da Usina
- Rua do ABC
- Alto da Conceição
- Rua do Pompeu
- Beco das Canas
- Beco das Panelas
- Beco da Rendeira
- Beco da Galinha Morta
- Arrepiada
- Cabeça do Boi
Um povo de fé, tradição e criatividade
Estância
é formada por um povo educado, trabalhador, acolhedor, festivo e profundamente
cristão. A cidade é abençoada por sua padroeira, Nossa Senhora de Guadalupe,
Imperatriz da América Latina. A fé e a devoção se mesclam com a criatividade
cultural que pulsa nas ruas, nas festas e nas expressões populares.
Preservar a memória é honrar a identidade
A vasta
riqueza imaterial de Estância, por vezes esquecida ou ignorada, clama por um resgate
histórico mais cuidadoso. Seria oportuno fomentar pesquisas que valorizem e
documentem essa herança para garantir que ela permaneça viva no seio da
sociedade?
Como bem
alertou a historiadora Emília Viotti da Costa:
"Um
povo sem memória é um povo sem história. E um povo sem história está fadado a
cometer, no presente e no futuro, os mesmos erros do passado."
Que as
ruas de Estância continuem ecoando as vozes do passado, iluminando o presente e
guiando o futuro de uma cidade que é, acima de tudo, memória viva de um povo.
