"Vamos ter que desocupar o prédio sem ter para onde ir" diz artesã Rita de Cássia Quem não se lembra dos “Azulões”, que após o fardo do trabalho nas fábricas têxteis locais, se concentravam no Abrigo Belvedere, tão esperado ponto de encontro, onde os operários renovavam as energias gastas nos teares e aproveitavam o passatempo para colocar em dia a agenda, comentar jogos do Penta Campeão Santa Cruz, do Canarinho Estanciano, e tantos outros entretenimentos, regados a velha e boa Antarctica. Os jovens de hoje não sabem da imponência do tradicional Abrigo. Não conhecem o seu valor imaterial para a cidade. Em tempos transatos, o abrigo serviu de mesa redonda para poetas, jornalistas, intelectuais e políticos; foi palco de shows musicais de artistas locais, regionais e até de circuito nacional, como Antônio Marcos, Marcos Pitter, Baltazar e outros. Nos finais de anos, no período natalino, o Abrigo era o ponto de enamorados, onde trocavam juras de amor ao degustarem igua...