Consciência negra não é coisa só para negros, mas sim para todos, negros, brancos e de todas as cores, pois antes de tudo somos iguais.
O
Brasil ainda era bem jovem quando os portugueses começaram a trazer da
África os primeiros negros para trabalhar aqui como escravos. Durante
mais de 350 anos, essas pessoas eram tratadas como objetos, coisas
baratas que podiam ser compradas ou trocadas por outras mercadorias e
que, acima de tudo, davam bastante lucro com seu trabalho, pois não
recebiam por ele.
A
lei N.º 10.639, de 9 de janeiro de 2003, incluiu o dia 20 de novembro
no calendário escolar e institui o Dia Nacional da Consciência Negra. A
mesma lei também tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura
Afro-Brasileira. Com isso, professores devem inserir em seus programas
aulas sobre os seguintes temas: História da África e dos africanos, luta
dos negros no Brasil, cultura negra brasileira e o negro na formação da
sociedade nacional.
A
Prefeitura Municipal de Estância, por meio da Secretaria Municipal de
Educação (SEME), promove atividades culturais nas escolas da rede
municipal: durante o dia de hoje, na Escola Dom Coutinho; à noite, na Escola
Laura Costa; durante a semana, na Escola João Nascimento Filho e, nas
demais escolas municipais, até o final do mês. Para a secretária de
Educação, Adriana Cléa, o momento é importante, pois, vai envolver o
aluno ainda mais com o universo da História do Negro no Brasil,
fortalecendo os conhecimentos da grade curricular.
O
Dia da Consciência Negra procura ser uma data para lembrar a
resistência do negro à escravidão de forma geral, desde o primeiro
transporte forçado de africanos para o solo brasileiro (1534). O quão
triste deve ser tirar alguém do seu país e da sua família, levá-lo para
um lugar distante e obrigá-lo a trabalhar pesado e sem direito a
pagamento e se pensasse em recusar o trabalho ou tentar se rebelar
sofreria castigos e maus-tratos, só por ter uma cor diferente. Dá para
perceber que faltava às pessoas da época o entendimento que os escravos
não eram coisas, mas seres humanos. O jeito era tentar fugir e se
refugiar nos quilombos. O maior deles foi o Quilombo de Palmares, criado
em 1590 e que ficava na divisa entre Pernambuco e Alagoas.
Zumbi,
o último líder de Palmares, nasceu livre, em 1655. Ainda bebê, Zumbi
sobreviveu a um massacre e um comandante o levou para Porto Calvo,
deixando-o sob os cuidados do padre Melo. O padre acabou se tornando pai
e mãe do bebê. Enquanto Palmares
cresce e se fortalece, também assim acontece com Zumbi, em Porto Calvo.
Porém, aos quinze anos parte em busca de seu destino, e este estaria
mata adentro, muitas léguas dali. Em algumas versões da história de
Zumbi, ao chegar em Palmares, ele escolhe seu próprio nome. Aos dezenove
anos, era chefe de um mocambo.
Mas
não foi só por essa bravura que ele foi conhecido: toda a sua coragem
se mostrou mesmo nos vários anos em que lutou bravamente contra a
escravidão e contra as tropas coloniais.
Isso
porque o governo lançou diversas expedições para tentar destruir
Palmares, mas só conseguiu em 1694. Só que Zumbi sobreviveu e conseguiu
fugir e se esconder. Todo mundo achou que ele tinha morrido, mas tempos
depois reapareceu.
No
entanto, as últimas lutas desse bravo guerreiro não duraram muito: foi
traído por um de seus comandantes que revelou onde era seu esconderijo e
morreu aos 40 anos em 20 de novembro de 1695. Então, em 1978, o
Movimento Negro escolheu essa data para representar o Dia Nacional da
Consciência Negra.
Com
a implementação da lei N.º 10.639, de 9 de janeiro de 2003, o governo
brasileiro espera contribuir para o resgate da contribuição dos povos
negros nas áreas social, econômica e política ao longo da história do
país. Consciência negra não é coisa só para negros, mas sim para todos,
negros, brancos e de todas as cores, pois antes de tudo somos iguais.
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