Pular para o conteúdo principal

ESTÂNCIA NÃO FEZ AINDA A DISTRIBUIÇÃO DE SEMENTES DE MILHO ESTE ANO

Foto:arquivo Parabólica News

‘Sem chuva na terra descamba janeiro, depois fevereiro e o mesmo verão... Apela pra março que é o mês preferido do Santo querido, Senhor São José’... Clássico da Música Popular Nordestina, de Patativa do Assaré, eternizada na voz de Luiz Gonzaga, cantador das dores do povo esquecido no seco nordeste.

Em meados da semana que finda hoje (sábado, 23), foi postada no site da Prefeitura e no Face Book uma matéria que relata que a Prefeitura de Estância está viabilizando os preparativos para fazer o Colégio Agrícola (Povoado Araçás) voltar às atividades com a oferta de cursos técnicos. Até concordo que faça isso mesmo. Mas, olhando bem, notamos que não passa de uma ação politiqueira, promessa de campanha, do ponto de vista que as atividades ali desenvolvidas ficam limitadas, alcançando um número reduzido de beneficiários, uma vez que o município possui inúmeras colônias, povoados, assentamentos estando um distante do outro. Seria louvável se essa ação fosse concatenada com outras atividades que abrangessem as mais de duas mil famílias que habitam os citados povoados, uma vez que não tem como alcançar todos os filhos dos colonos existentes, por falta de ação mais ampla, há anos, transformou-se num projeto quase que impossível.

É sabido que a vida rural traz suas dificuldades, o colono é um homem forte, mas sofrido, não só pelas intempéries do tempo, mas pela ausência da ação de governo, não estou falando de ação do Governo Municipal, mas do conjunto de ações nas três esferas. 

Horas de trator gratuitamente
Até o final do ano (2012) a prefeitura de Estância manteve um programa de cessão de horas de trator sem custo para as famílias rurais. É um programa meritório para as famílias de pequenos produtores que trabalham duro para tirar de suas propriedades o sustento. Esse programa funciona como um motor de arranque na viabilização do preparo da terra para inúmeras culturas tais como: cereais, verduras, frutas, maracujá, cítricos, açudes, etc., sem deixar de fora o estudo de analise do solo que vai dar ao produtor a concepção do que é possível plantar em sua gleba, como fez o prefeito Ivan Leite. Outras ações de combate à pobreza na zona rural seriam a cultura de galinha de capoeira, apicultura, ovinocultura, fabriquetas de doces, de bejus, casas de farinha, etc.. Até o presente não se tem informações se a prefeitura continua com o programa de horas de trator.

Mas declinando dessa análise, quero dar ênfase a uma questão que eu reputo de grande importância para o pequeno produtor rural: a distribuição de sementes de milho. Cerca de duas mil famílias residentes nos povoados, assentamentos e colônias receberam por oito anos consecutivos sementes de milho e feijão. A distribuição acontecia de forma organizada, por meio de associações comunitárias, orientada pela Secretaria Municipal de Agricultura antes do Dia de São José (19 de março).

O fruto dessa ação foi visto no período junino quando as feiras livres de Estância eram tomadas pelo verde dos montantes de milhos colocados à venda. Nos povoados, famílias chegavam a faturar cerca de sete mil reais de lucro, casos de serem colhidas mais de 20 mil espigas e a cidade bem abastecida.

Como até agora ainda não foi feita a distribuição de sementes, isso pode acarretar lá na frente um prejuízo para as festividades juninas que acontecem em Estância com mais tenacidade e o milho é um dos adereços mais importantes da festa; o milho é responsável pela tradicional culinária junina; São João sem milho é como não ter as batucadas, as quadrilhas, os fogos, o barco de fogo, o trio pé de serra, etc..  Além do mais, se o milho chegar às nossas feiras oriundo de outros municípios vai custar os olhos da face.

Interessante é que essa ação de retomar as atividades do Colégio Agrícola, não só com a promessa de oferecer cursos, mas criar um raio de ação que envolva as comunidades rurais,  valorizar as mais de duas mil famílias de agricultores prestigiando-as com a distribuição das sementes visando boa colheita em junho.  Segundo o secretário de Comunicação Magno de Jesus, a Prefeitura vai comprar 10 toneladas de sementes de milho, mas ver com receio o período de estiagem que pode retardar a entrega.

VEJA A SATISFAÇÃO DESSE PRODUTOR


Por: Genílson Máximo