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O que aconteceu com o São João prometido





Quem é estanciano sabe que os festejos juninos são dos mais desejos eventos da cidade. A pirotecnia  faz parte do DNA dos filhos da terra de Pedro Homem da Costa. Ver as ruas coloridas com bandeirolas, fogueiras  acesas nas portas, grupos folclóricos a se revezarem, o alarido do forró pelos bairros a fora, as fabriquetas de fogos, artesãos a laborarem no fabrico de espadas, de buscapés e barcos de fogo são coisas do cotidiano dessa gente que faz de Estanca a cidade mais aclamada na reverência aos Santos juninos.

Após um mês de festa, finalmente, chegamos ao final. Foram mais de 30 dias e nesse período Estância foi alvo da admiração de visitantes e  turistas. O povo  quis ver de perto o  astro maior das festividades, o Barco de Fogo,  a cada vôo no escuro da noite, suas chamas  iluminam os olhares estupefatos dos admiradores, artefato que  ganha capital de valores a cada ano e fez de Estância uma cidade conhecida nacionalmente, obra de um pescador que sonhara ser marinheiro.

Já vi São João melhor aqui na cidade. Este não foi dos piores, mas ficou distante  do prometido  pelo prefeito municipal nas entrevistas de rádio.  O São João cultural seria o grande chamariz e que a parte das bandas seria acessório.  Apesar de o prefeito se esforçar para convencer que o Cultural seria o carro-chefe  da festa,  os investimentos na contratação de bandas  mostraram que nem tudo que o se fala acontece  na pratica.

 Quem foi à praça viu um São João murcho, a maioria das noites com poucas visitantes no arraial, os vendedores da praça de alimentação a reclamarem dos prejuízos; alguns trios pé de serra de tão ruim espantavam os visitantes;  banda  que mesmo se esforçando não agradava com o repertório apresentado; na Vila do Forró  o que salvou a festa foi a apresentação de quadrilhas e  batucadas.

Na praça da prefeitura  a exibição de barcos de fogo  foi prejudicada, quando esse ia não voltava, ou queimava totalmente  na ida; o rabeio  de espadas seguido de  xabús, aflorando a decepção das pessoas que se agrupavam na praça.  Houve noite de ter cinco atrações programadas para  o arraial e na verdade só acontecerem três; ou na hora programada não acontecer nada.

É preciso que a Secretaria de Cultura  acompanhe cada passo, não só determinar, mas ver o resultado final; não vale o quantitativo, mas optar pelo qualitativo.  O São João estanciano não tem dono,  é um dos folguedos  multicultural que reúne repentistas, instrumentistas, cantadores, danças,   riquezas imateriais que revelam o quão arguto é o nosso povo. Cabe aos poderes públicos garantir os canais para que essa festa não tenha o seu brilho ofuscado.

Uma das coisas que precisam melhorar, também,  é a atuação da Secretaria de Comunicação que não promoveu coletiva  local para falar da festa; na noite da salva testemunhei colegas da imprensa local a reclamarem que não tinham recebido a credencial e nem a camisa, nem o passe de acesso ao forródromo, enquanto a imprensa da capital já estava de posse dos referidos itens. Nem por isso os colegas jornalistas deixaram de cobrir as noites festivas. 

E para dizer que não falei das flores, os shows das bandas Garota Safada e Aviões do Forró  foram dos atrativos que mais agradaram aos foliões, estes puxaram grande público para o forródromo. Quanto à questão da denuncia feita pelo Ministério Público, deixemos que esse assunto trate a Justiça. Mas, com tanta gente de parca experiência no governo não se podia esperar coisa diferente.

 Por:Genílson Máximo