Pular para o conteúdo principal

ESTÂNCIA: SAAE NA ERA QUE DÓI




Estância possui uma população de mais de 65 mil habitantes contabilizada no senso de 2010. Cerca de nove mil habitantes residem na zona rural. Os  outros 56 mil estão divididos no centro e demais bairros da cidade. Com exceção das pessoas que moram nos povoados e colônias,  quem habita na cidade  tem o abastecimento de água garantido pelo Rio Piauitinga e todo o Bairro Cidade Nova  é abastecido pelo Rio Biribinha.

Estância é dos poucos municípios sergipanos que possui o seu próprio órgão de abastecimento de água  que é o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE),  fundado há mais de 46 anos, criado por força da Lei Municipal no ano de 1967, pelo  saudoso prefeito Raimundo Silveira Souza, com personalidade jurídica própria, dispondo de autonomia administrativa e financeira, sendo autarquia do poder público municipal.

Os meses de novembro, dezembro e janeiro comumente têm sido de intenso sol e esse efeito tem contribuído  para a redução dos níveis de águas. No ano passado, em período semelhante, a população da Cidade Nova foi a mais afetada. O bairro ficou quatro dias sem água o que motivou  a revolta dos usuários; uma dona de casa ligou para um programa de rádio e disse ter rapado o congelador para obter gelo e tomar um comprimido.

No referido período  o SAAE  estava sob a direção da advogada  Marília Montalvão que  com muita habilidade fez o enfrentamento dos problemas, disponibilizou carros pipas, fez a troca de moto-bombas, manutenção dos canos de adutoras e revitalização das estações de capitação de água. Mas, a estiagem não foi clemente. Abatido pelas  cobranças e insatisfação dos usuários, o prefeito municipal  trocou de diretor.

O prefeito Carlos Magno apregoava em suas campanhas que o seu Plano de Governo trazia solução para a falta de água na cidade e principalmente na  Cidade  Nova.  O SAAE possui aproximadamente 18 mil usuários. Só no Bairro Cidade Nova deve existir cerca de  cinco mil usuários. Decorridos  mais de um ano ainda não foram vistos  os investimentos prometidos em campanha. O prefeito  disse  em recente entrevista que sãos precisos mais de 50 milhões para resolver o problema e a Prefeitura não dispõem desse recurso. É uma obra, segundo ele, para o governo Federal.

O prefeito está preocupado com o presente verão que já sinaliza para futuras faltas de água, quiçá, até racionamentos podem ser adotados; mas prometeu que a situação seria minorada com a perfuração de poços artesianos.

O mês de janeiro chegou trazendo constantes suspensões no fornecimento de água. Fevereiro está batendo à porta e com ele vem, certamente, aborrecimentos e chateações para os usuários. A assessoria de Comunicação disse que  o SAAE pode estabelecer o racionamento de água nos próximos dias;  dias da semana  já amanhecem sem água, ou falta  logo cedo, ou falta pela tarde e nem sempre as pessoas são comunicadas para se prepararem  fazendo a reserva do precioso líquido. E para chatear  ainda mais o usuário, o SAAE, por meio da sua assessoria de Comunicação, verbaliza  novo  lema: “Na era de Godói, faltou chegou”.  Parafraseando o assessor: Na era de Godói, falta  água que dói.  Dona Lúcia, (38), moradora da Rua São João,  Cidade Nova, reclama  da conta que chega todo mês  sem falta.


INVESTIMENTOS

O SAAE é uma empresa que nunca nadou em dinheiro, sempre trabalhou no limite; em 2005 foi encontrado atolado em dívidas e com inúmero revés. Mas o desafio foi enfrentado com trabalho e com a determinação de acender  na  população a satisfação pelo serviço oferecido.

Por oito anos o SAAE  trabalhou  em anuência com os padrões estabelecidos pelos Órgãos Sanitários Federais  a fim de levar a toda comunidade de Estância uma água de excelente qualidade – gostinho de água mineral -  visando oferecer à população qualidade de vida.

Nesse período  foram viabilizadas reformas nas Estações de Tratamentos de Água (ETA), a exemplo a da Cidade Nova  com  serviços de pintura por toda a estação, instalação de piso em cerâmica, pintura das estruturas de ferro, construção de banheiros, instalação de escada com guarda-corpo em ferro no reservatório elevado.

A sede do SAAE recebeu  melhorias   na ordem de R$ 151.561,43,  revitalizando as salas de  Compras, Controle de Estoque, Fiscalização, Transporte, Operação, Contas,  Almoxarifado, Arquivo Morto, Cozinha, Deposito Banheiros. Esta foi dotada de equipamentos  para laboratório, equipamentos de informática;  no período diversos  investimentos também foram implementados  na compra de moto-bombas e quadros de comando, reforma e ampliação das estações da captação Biriba I, Biriba II.

A certeza  de o usuário   dispor de um serviço de qualidade, o ex-prefeito Ivan Leite autorizou  diversos  investimentos, por exemplo,  nas instalações elétricas nas Captações  de Água Bruta e Estações de Tratamento de Água,  aplicados R$ 603. 429,68;  investimentos  na execução de serviços, reparos, manutenção nas unidades do Sistema, na ordem de R$ 256.907,63; outros investimentos em reformas, execução de serviços complementares, substituição das escadas das caixas, foram aplicados recursos na ordem de R$78.420,58.

Visando criar na coletividade o consciente do uso racional da água, o SAAE investiu  cerca de R$ 209 mil reais na compra de hidrômetros. Nesse leque de reformas, adequações e melhorias, o SAAE fez um investimento superior a um milhão de reais.

Os oito  anos do SAAE  na gestão  anterior  foram  marcados pela  satisfação dos usuários, pois estes sabiam  do compromisso do então gestor para com a satisfação de todos. Mesmo nas estações de estiagens o SAAE trabalhou no sentido de não faltar água por período maior que meio dia. 

Atualmente o SAAE está sob nova direção, mas até o momento não se vê investimentos no sentido de impedir a falta de água. As reclamações que antes tinham a nascente no bairro mais populoso, agora  se espalham por outros bairros como Santa Cruz, Bonfim, Candeal,  centro e outros



Por: Genílson Máximo





Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Estância lamenta a perda irreparável de Riviany Magalhães, ícone da Educação Municipal

  A cidade de Estância está profundamente abalada com a precoce e trágica perda da professora Riviany Costa Magalhães, vítima de um acidente na BR-101. Mestre em Educação, Pedagoga, Psicopedagoga, Advogada e ex-secretária Adjunta da Educação, Riviany deixou um legado significativo para a educação do município. Sua partida inesperada representa uma perda imensa, não apenas pela vasta contribuição profissional, mas também pela presença acolhedora que exercia nas escolas municipais, onde, com dedicação, transformava a vida de alunos, colegas e toda a comunidade. Riviany não era apenas uma educadora, era um símbolo de afeto, compromisso e competência. Sua trajetória, interrompida de forma abrupta, deixou todos profundamente consternados, pois ainda havia muito a ser oferecido. A ausência de Riviany é sentida de forma irreparável, mas seu exemplo continuará vivo, servindo de inspiração para todos que tiveram o privilégio de conhecê-la. O prefeito Gilson Andrade e o vice-prefeito André G

Os cabarés de Estância, os homens de bem e o falso moralismo

Sem a menor pretensão de estar escrevendo algo original, singular, adianto que a minha motivação   para juntar esse monte de letras que chamo de texto, são as obras de Gabriel Garcia Marques, “Memórias de Minhas Putas Tristes”, as de Jorge Amado, “Teresa Batista Cansada de Guerra”, e Gabriela Cravo e Canela, assim como as músicas, “Cabaré” de João Bosco e Aldir Blanc, “Folhetim” de Chico Buarque de Holanda e “Geni e o Zepelim” também de Chico Buarque. Farei   observações sobre as profissionais do sexo, ora como putas, ora como prostitutas, ou qualquer outro sinônimo, seguindo o vocabulário de cada época. Escrever sobre personagens do andar de cima ou do andar de baixo é uma opção ideológica e não literária em minha opinião, por isso escolhi mais uma vez escrever sobre gente discriminada, gente que apesar do trabalho que exercia, tinha mais dignidade do que se imagina. Estou me referindo aos proprietários de cabarés. Quanto mais lemos, quanto mais estudamos as obras de Jorge

Estância e as suas ruas de nomes pitorescos

Capitão Salomão, centro Por: Genílson Máximo Estância, traz de pia, nome   que  converge em  ascensão ao substantivo feminino. Nome que  agrada ouvir sua sonoridade e que não o é cacófato. Por conta da sua simbiose com o município de Santa Luzia - do qual  foi povoação - quiçá, recebeu do mexicano Pedro Homem da Costa o nome de Estância, talvez  por ser  um local de paragem, de descanso quando das viagens de comércio entre outros  os povos da época. Denominada pelo monarca  Dom Pedro II como o Jardim de Sergipe,  Estância guarda na sua arquitetura os sobrados azulejados, possui um belo acervo arquitetônico, apesar das constantes perdas provocadas por destruições e mutilações de prédios históricos. Estância  das festas juninas, do barco de fogo, dos grupos folclóricos. Estância composta  por nomes de ruas que rasgam o tempo, mesmo com  as constantes mudanças de nomes, continuam vivos no consciente popular  com os seus  pitorescos  nomes. O programa "Sábado Esperança&