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Oposição faz motim no Congresso por anistia e impeachment de Moraes

 

Foto: Saulo Cruz/Agência Senado

Com o tarifaço americano que entra em vigor nesta quarta-feira já precificado pela classe política, Brasília seguiu dominada pelo impacto da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. No reinício dos trabalhos legislativos pós-recesso, deputados e senadores instalaram um motim nas duas casas, ocupando as mesas diretoras de onde as sessões são conduzidas e prometendo obstruir as votações caso a Câmara e o Senado não pautem a anistia dos envolvidos na trama golpista e o impeachment de Moraes.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), criticou a ação dos senadores, e a classificou como autoritária. Com o impasse instalado, os presidentes das duas casas optaram por cancelar as sessões de terça-feira no Congresso. (g1)

Os parlamentares da oposição amotinados são liderados pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Em tom de ameaça, Flávio afirmou que os protestos só terminariam se as duas casas aceitarem pautar o que ele batizou de “pacote da paz”, que inclui também o fim do foro privilegiado, com o objetivo de “abrandar” as relações entre os três Poderes da República. (Estadão)

Dos Estados Unidos, o filho 03, Eduardo Bolsonaro, disse à jornalista Bela Megale que segue trabalhando para que Donald Trump imponha mais sanções ao Brasil e afirmou que, ao não pautar o impeachment de Moraes e a anistia, Alcolumbre e Motta “estão no radar” do governo americano. “Ou tenho 100% de vitória, ou 100% de derrota. Ou saio vitorioso e volto a ter uma atividade política no Brasil, ou vou viver aqui décadas em exílio.” (Globo)

O Planalto recomendou cautela aos integrantes do governo nos comentários e publicações sobre a prisão de Bolsonaro. O esforço para baixar a temperatura tem sido capitaneado pelo secretário de Comunicação da Presidência, Sidônio Palmeira, que nesta terça-feira conversou com figuras-chave do governo. O objetivo é não reforçar a narrativa de que Bolsonaro é vítima de um processo de perseguição política — como acusa o governo americano. Lula seguiu o conselho de Sidônio e, em um evento em Brasília, se recusou a falar sobre Bolsonaro. (Folha)

Malu Gaspar: “Integrantes do Centrão e do bolsonarismo acreditam que o relaxamento das medidas impostas a Marcos Do Val pode ser a senha de que os parlamentares precisam para distensionar o ambiente no Congresso e permitir a retomada dos trabalhos no Legislativo”. (Globo)

A colunista da Folha Mônica Bergamo, relata que a decisão de Moraes de prender Bolsonaro irritou alguns ministros do STF, que acreditam que a ação enfraquece o Supremo em um momento em que a Corte está sob ataque. Para eles, há a possibilidade de Moraes reverter a prisão domiciliar. (Folha)

Meio em vídeo. O julgamento político das ações de Alexandre de Moraes precisa vir acompanhado de uma memória honesta do que foi — e ainda é — Jair Bolsonaro. Um agente do caos, da radicalização, da corrosão institucional desde os tempos de deputado. Se o Supremo está com a armadura gasta, é porque vem apanhando sozinho. Está mais do que na hora dos outros poderes — e da classe política inteira — entrarem em campo. A opinião de Flávia Tavares no Cá entre Nós. (YouTube)

 

Publicado por: www.canalmeio.com.br