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Pais precisam assumir protagonismo na proteção digital dos filhos, aponta projeto de lei no Congresso

Imagem ilustrativa: Google
 

Vivemos uma era marcada pelo contraste entre gerações. De um lado, pais que cresceram sem internet, redes sociais ou celulares. De outro, filhos que nasceram conectados, habituados a telas e interações digitais desde cedo. Essa diferença impõe desafios, exige aprendizados e demanda vigilância. O mundo digital, embora repleto de oportunidades, também apresenta riscos reais — e ignorá-los é colocar em perigo o bem-estar de crianças e adolescentes.

Desinformação, crimes e exposição precoce

No ambiente online, jovens estão sujeitos ao cyberbullying, ao contato com criminosos e ao consumo de conteúdos impróprios. A facilidade de acesso, somada à ausência de supervisão, cria um terreno fértil para situações que comprometem a saúde emocional e a segurança física de menores. Nesse cenário, a presença dos pais é mais do que desejável — é indispensável.

Acompanhar a vida digital dos filhos não significa invadir sua privacidade. Trata-se de zelar por seu desenvolvimento seguro. Pais atentos são capazes de orientar, estabelecer limites e criar laços de confiança, essenciais para que os filhos compartilhem dúvidas e relatem problemas. A omissão, ao contrário, deixa espaço aberto para influências nocivas.

Projeto de lei propõe regras para proteger menores na internet

Diante desse cenário, o Congresso Nacional analisa o Projeto de Lei nº 2.628/2022, do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), que visa regular a atuação de plataformas digitais no tratamento de dados e conteúdos destinados a crianças e adolescentes. A proposta inclui:

·         Normas claras sobre coleta e uso de dados de menores;

·         Ferramentas obrigatórias de controle parental;

·         Moderação eficaz de conteúdos inadequados;

·         Campanhas educativas voltadas a pais e jovens;

·         Mecanismos ágeis de denúncia e resposta a abusos online.

A iniciativa busca equilibrar inovação tecnológica com responsabilidade social, promovendo um ambiente digital mais seguro e transparente para os jovens brasileiros.

Presença ativa e diálogo constante

Enquanto o marco legal avança, pais devem assumir o protagonismo. Algumas ações práticas fazem diferença:

1.      Estabelecer regras claras para o uso de dispositivos;

2.      Conversar regularmente sobre hábitos online;

3.      Usar ferramentas de controle parental com transparência;

4.      Ensinar sobre privacidade, segurança e respeito no ambiente virtual;

5.      Incentivar o pensamento crítico e o uso consciente da tecnologia;

6.      Ser exemplo de equilíbrio no consumo digital.

Responsabilidade compartilhada

A proteção de crianças e adolescentes na internet é uma tarefa coletiva. Começa em casa, passa pela escola e exige o compromisso do Estado e das empresas. Sem pais presentes, leis eficazes e plataformas comprometidas, o risco persiste. Com o envolvimento de todos, o ambiente digital pode ser um espaço de crescimento, aprendizado e convivência saudável entre pais e filhos de universos distintos, analógicos e digitais.

 

Por: Genílson Máximo

Em 14 de agosto de 2025.