Loteamento
São Paulo tem rua em sua homenagem
Nascido em 9 de janeiro de 1939, na cidade de Estância, Celso Oliveira Santos emprestou o seu nome à Rua “E”, do Loteamento São Paulo — denominação instituída há 13 anos pela Lei Nº 1.549, de 27 de março de 2012, sancionada pelo então prefeito Ivan Leite (2008–2012), teve como proponente o vereaddor José Domingos Machado (Dominguinhos do PT). A lei transformou a via em Rua Celso Oliveira Santos, uma justa homenagem aprovada pela Câmara Municipal quatro anos após o seu passamento. Assim, o artista que deu voz e alma ao cavaquinho ganhou o merecido reconhecimento: uma rua que carrega o som da sua memória.
Celso do Cavaquinho tornou-se mais do que um músico — fez-se símbolo. Desde a infância, demonstrava uma afinidade quase mística com o instrumento que marcaria sua vida. Já adulto, conquistou o reconhecimento e o carinho popular, tornando-se sinônimo de pertencimento e paixão pela arte.
Há também
uma ironia poética em sua trajetória. Enquanto tantos artistas são lembrados
por vaidade, Celso o é por essência. A lembrança que o povo guarda não nasce do
espetáculo, mas da sinceridade do som. Como em O Homem Célebre, de
Machado de Assis, glória e esquecimento duelam — mas, no caso de Celso, vence a
pureza da arte.
Inspirado
na ideia do eterno retorno, de Nietzsche, seu legado renasce sempre que
um cavaquinho soa em Estância. Cada acorde é uma forma de presença, um instante
em que o tempo se faz som. Sua música vive o ciclo da eternidade: nasce, vibra,
silencia e retorna. Assim, Celso é mais que lembrança — é ritmo contínuo da
cidade, pulsando nas festas, nas serestas e nos corações que ainda se
emocionam ao ouvir seu nome.
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| Fazendo a alegria da família |
Aos 15 anos, integrou a Orquestra Constâncio Vieira; mais tarde, animou bailes, casamentos, carnavais e foi premiado como melhor solista no Festival Estanciano da Canção (FEC). Tocou no trio elétrico Senhor do Bonfim e no Luminosidade, de Nivaldo Silva. Cada etapa foi uma nota no grande mosaico da cultura popular que compôs sua existência.
Era um músico que viajava com maestria entre marchinhas, frevos, chorinhos, sambas e serestas, com a mesma entrega com que executava clássicos universais, herdeiro da arte de Waldir Azevedo e Jacob do Bandolim. No rádio, participou do prestigiado programa “Seresta e Seresteiros”, apresentado no auditório do antigo Cine Gonçalo Prado e transmitido pela Rádio Esperança.
Hoje, o
som que antes percorria praças e rádios ecoa em forma de lembrança — um
patrimônio imaterial que vibra na memória afetiva de Estância. E se a
cidade é feita de ruas, a Rua Celso Oliveira Santos é a que canta.
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| Maestria com as cordas |
Entre o som e o silêncio, Celso do Cavaquinho ainda rege o tempo de Estância. Porque a melodia da memória nunca se encerra — apenas muda de tom. 🎵
✍️ Por Genílson Máximo
📅 Estância, 22 de outubro de 2025.




