Por Genílson Máximo
Nos
bastidores da política sergipana, poucos nomes têm tanta capilaridade e
projeção quanto o do ex-prefeito de Estância, Gilson Andrade de Oliveira. Médico,
ex-deputado estadual por dois mandatos e gestor municipal por oito anos, ele
consolidou liderança que ultrapassa sua base eleitoral — e, por isso mesmo,
parece incomodar setores interessados em manter um determinado arranjo de
poder.
Nesta semana, seu nome ocupa o centro da arena pública não por uma nova proposta ou agenda de pré-campanha, mas por estar listado em Ação Civil Pública por improbidade administrativa, ajuizada pelo Ministério Público de Sergipe. A peça trata de contratações emergenciais de limpeza pública no início do mandato (2017), sob a alegação de que os decretos que embasaram a dispensa de licitação não teriam respaldo fático suficiente.
A peça ministerial sugere suposto prejuízo ao erário — embora reconheça a ausência de dolo em relação a outros envolvidos. Já a defesa de Gilson afirma que a contratação direta foi a única saída diante do vazio contratual deixado pela gestão anterior e que todos os serviços foram prestados, pagos e fiscalizados, sem desvio de finalidade ou má-fé.
Mais que uma disputa jurídica, o episódio — amplamente repercutido em redes sociais e emissoras locais — abriu uma pergunta incômoda: há interesse político por trás da tentativa de inviabilizar a candidatura de Gilson Andrade em 2026?
É preciso ser claro: não há fato, até aqui, que aponte culpabilidade. Ao contrário, a reforma da Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 14.230/2021) exige, para eventual condenação, dolo específico — isto é, intenção deliberada de causar dano ou obter vantagem indevida. Sem essa prova, não há condenação possível.
Nesse
contexto, o processo deixa de ser apenas uma demanda jurídica. O caso passou a
ser reverberado com intensidade incomum,
e em timing preciso: a poucos meses da consolidação das chapas para 2026, quando o
ex-prefeito figura entre os nomes mais promissores — e, talvez, mais temidos por adversários.
Ninguém em sã consciência questiona a legitimidade do Ministério Público para apurar eventuais irregularidades. Também é legítimo, sob a ótica democrática, refletir sobre uso seletivo e potencialmente político de determinadas ações — sobretudo quando envolvem pré-candidatos em plena fase de articulação.
Em nota pública, Gilson reafirmou tranquilidade e
confiança na Justiça:
“Vamos
provar a nossa inocência numa instância superior. Não houve dolo, não houve
prejuízo ao erário. Todos os serviços foram realizados com responsabilidade e dentro da legalidade. Acreditamos na justiça e vamos demonstrar isso no
momento adequado”.
A trajetória de Gilson não comporta adjetivos apressados. Prefeito reeleito com alta aprovação, responsável por obras estruturantes e avanços concretos em áreas sensíveis — saúde, educação e mobilidade —, ele sempre foi reconhecido, inclusive por adversários, como gestor sério e coerente, e deixou a prefeitura elegendo o sucessor.
Sabemos
que a Justiça
é independente. Qualquer tentativa de instrumentalizá-la por razões eleitorais deve ser repelida
com vigor — pelas instituições e pela sociedade civil.
Parabólica
News
Em
15 de outubro de 2025.