Pular para o conteúdo principal

Unit capacita conselheiros tutelares no interior de SE


“Não se faz proteção à criança e ao adolescente simplesmente porque a legislação exige. Você precisa da educação, da saúde, esporte, lazer, precisa tanto da parceria da sociedade civil – organizada ou não – quanto da família e do Estado. Sem essa rede, a proteção não funciona”. As palavras são da professora do curso de Serviço Social da Universidade Tiradentes, Kátia Araújo. Na última quarta-feira, 27, ela ministrou uma capacitação sobre rede socioassistencial para conselheiros tutelares no Campus Estância da Unit. “É o conselheiro tutelar quem faz a notificação dos casos de violação de direitos, mas vai notificar e encaminhar para onde? Um abrigo? Um Centro de Referência em Assistência Social? Se ele não conhecer a rede socioassistencial, não saberá se articular”, diz Kátia. 

O projeto extensionista de capacitação dos conselheiros tutelares também levou a Estância acadêmicos e profissionais dos municípios de Tomar do Geru e Indiaroba. Muitos deles aproveitaram para expor as dificuldades encontradas no funcionamento da rede socioassistencial. “Precisamos ser convidados a participar da construção de projetos sociais, o que não acontece. Nós geralmente somos meros espectadores, porque falta boa vontade do poder público. Outro problema é a falta de estrutura nos conselhos, o que impossibilita a execução de um bom trabalho”, avalia Marcelo Leite de Souza, presidente do Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente de Indiaroba.

 Segundo a professora Kátia Araújo, o maior problema para a efetivação da rede socioassistencial é a falta de conhecimento de território. “Conhecendo o território, todos os parceiros devem sentar-se,estabelecer um plano único de ação e avaliar as ações, observando que cada família tem que ser individualizada porque o problema de uma não é o mesmo de outra. Como isso não é feito, temos uma rede que não funciona em rede. Cada instituição age de forma isolada”.

A capacitação dos conselheiros tutelares é um projeto extensionista desenvolvido há cinco semestres no Centro de Atendimento, Estudos e Pesquisas em Serviço Social – Caepss – da Universidade Tiradentes. Hoje conta com a participação das acadêmicas Chanaia dos Santos, Eliane Dias Azevedo e Kássia Kelly Conceição Santos, orientadas pela professora Ângela Maria Santos Hora. “Inicialmente pensamos em atender somente os conselheiros de Estância, mas diante das pesquisas de campo e dos estudos direcionados das alunas, foi observado e solicitado por outros conselheiros que o projeto se estendesse a outros municípios”, afirma a orientadora. 


  O projeto prossegue até o dia 30 de novembro. “Orientamos sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e várias outras questões, desde a importância de ser um conselheiro tutelar, de estar diretamente vinculado às famílias, às crianças. Este profissional é indispensável na relação do acesso das crianças e adolescentes aos seus direitos, ao cumprimento da lei. Por isso, precisa estar cada vez mais qualificado”, ressalta a professora Miraci Correia, coordenadora do curso de Serviço social da Unit.

A estudante de Serviço Social Eliane Azevedo analisa como positiva a participação no projeto. “Para nós a maior importância disso tudo é observar na prática o que é a profissão do conselheiro e se envolver em todas as instâncias da rede socioassistencial, no desenvolvimento das atividades cotidianas”, diz.

 Representantes do poder público também reconhecem o valor da ação extensionista. Francisco José Alves Santos, secretário de Educação, Cultura, Esporte e Lazer de Indiaroba não é conselheiro tutelar, mas faz questão de participar da capacitação.

“Enfrentamos muitos problemas relacionados aos direitos das crianças e adolescentes, por isso, precisamos dessa capacitação, de uma parceria entre o Conselho Tutelar, prefeitura e a família, que tem um papel primordial. Um momento como esse é impar, pois nos capacita para lidar com um público tão diversificado”, comenta.

O prefeito de Estância, Ivan Leite, também marcou presença e enalteceu o evento. “O conselheiro tutelar tem um papel fundamental, que é o de cuidar das crianças forma desvinculada da gestão pública municipal. Ele é eleito diretamente pela população e capacitá-lo é imprescindível para que possa exercer sua função não só de forma correta, ética, mas também com conhecimento de causa, sabendo o que está fazendo. Parabenizo a Unit pela iniciativa”.

Assessoria da UNIT.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Estância lamenta a perda irreparável de Riviany Magalhães, ícone da Educação Municipal

  A cidade de Estância está profundamente abalada com a precoce e trágica perda da professora Riviany Costa Magalhães, vítima de um acidente na BR-101. Mestre em Educação, Pedagoga, Psicopedagoga, Advogada e ex-secretária Adjunta da Educação, Riviany deixou um legado significativo para a educação do município. Sua partida inesperada representa uma perda imensa, não apenas pela vasta contribuição profissional, mas também pela presença acolhedora que exercia nas escolas municipais, onde, com dedicação, transformava a vida de alunos, colegas e toda a comunidade. Riviany não era apenas uma educadora, era um símbolo de afeto, compromisso e competência. Sua trajetória, interrompida de forma abrupta, deixou todos profundamente consternados, pois ainda havia muito a ser oferecido. A ausência de Riviany é sentida de forma irreparável, mas seu exemplo continuará vivo, servindo de inspiração para todos que tiveram o privilégio de conhecê-la. O prefeito Gilson Andrade e o vice-prefeito André G

Os cabarés de Estância, os homens de bem e o falso moralismo

Sem a menor pretensão de estar escrevendo algo original, singular, adianto que a minha motivação   para juntar esse monte de letras que chamo de texto, são as obras de Gabriel Garcia Marques, “Memórias de Minhas Putas Tristes”, as de Jorge Amado, “Teresa Batista Cansada de Guerra”, e Gabriela Cravo e Canela, assim como as músicas, “Cabaré” de João Bosco e Aldir Blanc, “Folhetim” de Chico Buarque de Holanda e “Geni e o Zepelim” também de Chico Buarque. Farei   observações sobre as profissionais do sexo, ora como putas, ora como prostitutas, ou qualquer outro sinônimo, seguindo o vocabulário de cada época. Escrever sobre personagens do andar de cima ou do andar de baixo é uma opção ideológica e não literária em minha opinião, por isso escolhi mais uma vez escrever sobre gente discriminada, gente que apesar do trabalho que exercia, tinha mais dignidade do que se imagina. Estou me referindo aos proprietários de cabarés. Quanto mais lemos, quanto mais estudamos as obras de Jorge

Estância e as suas ruas de nomes pitorescos

Capitão Salomão, centro Por: Genílson Máximo Estância, traz de pia, nome   que  converge em  ascensão ao substantivo feminino. Nome que  agrada ouvir sua sonoridade e que não o é cacófato. Por conta da sua simbiose com o município de Santa Luzia - do qual  foi povoação - quiçá, recebeu do mexicano Pedro Homem da Costa o nome de Estância, talvez  por ser  um local de paragem, de descanso quando das viagens de comércio entre outros  os povos da época. Denominada pelo monarca  Dom Pedro II como o Jardim de Sergipe,  Estância guarda na sua arquitetura os sobrados azulejados, possui um belo acervo arquitetônico, apesar das constantes perdas provocadas por destruições e mutilações de prédios históricos. Estância  das festas juninas, do barco de fogo, dos grupos folclóricos. Estância composta  por nomes de ruas que rasgam o tempo, mesmo com  as constantes mudanças de nomes, continuam vivos no consciente popular  com os seus  pitorescos  nomes. O programa "Sábado Esperança&