Pular para o conteúdo principal

Defensores Públicos de 14 estados discutem política de desinternação e transtornos mentais


 
O defensor público e integrante do Núcleo de Execuções Penais da Defensoria Pública do Estado de Sergipe, Anderson Amorim Minas, representou a instituição na primeira reunião ordinária do ano da Comissão de Execução Penal do Conselho Nacional de Defensores Públicos Gerais (Condege), realizada na cidade de Vitória, Estado do Espírito Santo.
 
Durante a reunião, defensores públicos de 14 estados do país participaram da discussão das questões de progressão de regime, uniformização de procedimentos em execução penal, reativação da Força Nacional de Execução Penal, tratamento e desinternação progressiva dos portadores de transtornos mentais que cumprem medida de segurança, além da troca de experiência sobre livramento condicional, entre outras pautas.
 
Para Anderson Amorim, as reuniões da comissão tornam-se cada vez mais importantes, uma vez que denotam o debate de questões polêmicas e propiciam a troca de informações para as Defensorias Públicas de todo país. “As experiências de cada Defensoria que tangenciam as ações políticas, institucionais e técnicas são expostas e debatidas com o objetivo de aprimorar e qualificar ainda mais os serviços prestados pelas instituições nos estados”, afirmou.
 
O presidente da Comissão de Execução Penal do Condege, defensor público José Adaumir Arruda da Silva (DPPA), mencionou a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) no sentido de que a prática de falta grave não pode interromper o prazo para a concessão de novos benefícios, incluindo a progressão de regime.
 
Anderson Amorim lembrou que o STF e a 5ª Turma do STJ entendem que, com exceção do Livramento Condicional e da Comutação, a prática da falta grave implica reinício da contagem de prazo para a concessão de benefícios relativos à execução da pena, inclusive a progressão de regime.
 
“A contagem do novo período aquisitivo deverá iniciar na data do cometimento da última falta grave, a incidir sobre o remanescente da pena e não sobre a sua totalidade. Por outro lado, a 6ª Turma do STJ, em divergência, a partir do julgamento do HC nº 123.451/RS, firmou entendimento de que o cometimento da falta grave somente dá azo à regressão de regime prisional e à perda dos dias remidos, com esteio no que preceituam, respectivamente, os artigos 118 e 127 da LEP. Mas, por ausência de previsão legal, na hipótese da prática de falta grave, inexistirá interrupção do lapso necessário para a obtenção de benefícios da execução penal, a exemplo da progressão de regime e do Livramento Condicional”, mencionou o defensor público.
 
O tema bastante discutido foi sobre a política de desinternação das pessoas acometidas de transtornos doentes mentais e que cumprem medida de segurança. Segundo Anderson Amorim, o Ministério da Saúde lançou o Programa ‘De Volta para Casa’, que tem por objetivo a inserção social de pessoas acometidas de transtornos mentais, incentivando a organização de uma rede ampla e diversificada de recursos assistenciais e de cuidados.
 
“O programa dispõe sobre a regulamentação do auxílio-reabilitação psicossocial, instituído pela Lei 10.708/2003, para assistência, acompanhamento e integração social, fora da unidade hospitalar, daquelas pessoas que possuem história de longa internação psiquiátrica, e que este programa atende ao disposto na Lei 10.216, de 06/04/2001, a denominada Lei antimanicomia”, explicou



Débora MatosAssessoria de Comunicação
Defensoria Pública do Estado

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Estância lamenta a perda irreparável de Riviany Magalhães, ícone da Educação Municipal

  A cidade de Estância está profundamente abalada com a precoce e trágica perda da professora Riviany Costa Magalhães, vítima de um acidente na BR-101. Mestre em Educação, Pedagoga, Psicopedagoga, Advogada e ex-secretária Adjunta da Educação, Riviany deixou um legado significativo para a educação do município. Sua partida inesperada representa uma perda imensa, não apenas pela vasta contribuição profissional, mas também pela presença acolhedora que exercia nas escolas municipais, onde, com dedicação, transformava a vida de alunos, colegas e toda a comunidade. Riviany não era apenas uma educadora, era um símbolo de afeto, compromisso e competência. Sua trajetória, interrompida de forma abrupta, deixou todos profundamente consternados, pois ainda havia muito a ser oferecido. A ausência de Riviany é sentida de forma irreparável, mas seu exemplo continuará vivo, servindo de inspiração para todos que tiveram o privilégio de conhecê-la. O prefeito Gilson Andrade e o vice-prefeito André G

Os cabarés de Estância, os homens de bem e o falso moralismo

Sem a menor pretensão de estar escrevendo algo original, singular, adianto que a minha motivação   para juntar esse monte de letras que chamo de texto, são as obras de Gabriel Garcia Marques, “Memórias de Minhas Putas Tristes”, as de Jorge Amado, “Teresa Batista Cansada de Guerra”, e Gabriela Cravo e Canela, assim como as músicas, “Cabaré” de João Bosco e Aldir Blanc, “Folhetim” de Chico Buarque de Holanda e “Geni e o Zepelim” também de Chico Buarque. Farei   observações sobre as profissionais do sexo, ora como putas, ora como prostitutas, ou qualquer outro sinônimo, seguindo o vocabulário de cada época. Escrever sobre personagens do andar de cima ou do andar de baixo é uma opção ideológica e não literária em minha opinião, por isso escolhi mais uma vez escrever sobre gente discriminada, gente que apesar do trabalho que exercia, tinha mais dignidade do que se imagina. Estou me referindo aos proprietários de cabarés. Quanto mais lemos, quanto mais estudamos as obras de Jorge

Estância e as suas ruas de nomes pitorescos

Capitão Salomão, centro Por: Genílson Máximo Estância, traz de pia, nome   que  converge em  ascensão ao substantivo feminino. Nome que  agrada ouvir sua sonoridade e que não o é cacófato. Por conta da sua simbiose com o município de Santa Luzia - do qual  foi povoação - quiçá, recebeu do mexicano Pedro Homem da Costa o nome de Estância, talvez  por ser  um local de paragem, de descanso quando das viagens de comércio entre outros  os povos da época. Denominada pelo monarca  Dom Pedro II como o Jardim de Sergipe,  Estância guarda na sua arquitetura os sobrados azulejados, possui um belo acervo arquitetônico, apesar das constantes perdas provocadas por destruições e mutilações de prédios históricos. Estância  das festas juninas, do barco de fogo, dos grupos folclóricos. Estância composta  por nomes de ruas que rasgam o tempo, mesmo com  as constantes mudanças de nomes, continuam vivos no consciente popular  com os seus  pitorescos  nomes. O programa "Sábado Esperança&