“A população precisa saber que a Prefeitura tem Poder de Polícia. Chegou no limite”
Desde janeiro do ano em curso que há uma
insatisfação reinando entre os feirantes. O motivo é que a
gestão municipal quer organizar a feira
livre. Segundo o presidente do sindicato dos feirantes, José Américo, a prefeitura sugere que cada feirante compre uma banca padronizada ou alugue a uma empresa especializada, o valor
de compra é de R$500 reais e o de aluguel de R$7 80 reais.
José Américo, Pres. do Sindicato |
Os feirantes alegam que a sugestão da
prefeitura foge a realidade dos trabalhadores que têm que
tirar do referido comércio o sustento da família. Américo
salienta que várias reuniões aconteceram com as presenças
do Corpo de Bombeiros e do secretário municipal de Agricultura, a
prefeitura quer que haja um corredor
para a inserção de viaturas de socorro, mas, para isto vai ser preciso
adequar os espaços ocupados.
Na manhã desta quarta-feira, 02/10, agentes da Guarda Municipal estiveram na
feira com o objetivo de fazer
cumprir a determinação da Secretaria. Houve insultos, bate-boca,
feirantes em alto nível de
estresse, expressões em voz alta e outros. José Américo salientou que a bagunça toda começou com
a nova gestão. Segundo ele, feirantes da cidade de Itabaiana chegam a toda hora
e colocam suas bancas e o fiscal da feira não toma as devidas providências.
Carlão, secretário do Sindicato dos Feirantes,
reclamou da atuação da pessoa
responsável pela organização
da feira; Carlão alega que feirantes que vendiam em bancas pequenas
passaram a ocupar espaço maior, outros
que vendiam em cestos passaram a vender em bancas de dois metros. “Dessa forma
a feira não terá espaço para acomodar
tanta gente. Um dos maiores
problemas da feira hoje é a falta de
espaço”, assegura.
feirante Carlão |
Carlão é um pequeno comerciante instalado na feira há mais
de 18 anos. Com as mudanças, o seu ponto
será ocupado por outra pessoa e ele deve ir para outro local determinado.
O prefeito reforçou que organizar a feira é uma questão de saúde pública. “Eu não estou
na prefeitura para fazer favor a ninguém. Estou para governar para o coletivo”.
Carlos Magno enfatiza que organizar a
feira é prioridade da sua gestão; garantiu que não abre mão disso. O gestor lembra que tem o registro de caso de fezes
sobre as bancas, pessoas
praticando sexo sobre as bancas e no dia
seguinte alimentos e frutas são expostas; como médico, ele considera isso um
atentado à saúde da população.
Prefeito Carlos Magno (DEM) |
Por mais que a prefeitura insista com as mudanças, feirantes reclamam do valor elevado para alugar ou comprar a banca sugerida. As vendedoras de frutas e mangabas reclamam que perderam espaço para novas bancas. Muitos estão P da vida porque terão que ceder o ponto no qual negociam há mais de uma década para os feirantes que chegam. No entender comum, quem chega por último fica no fim da fila.
O prefeito Carlos Magno acentuou que foram feitas varias reuniões e a cada encontro era dado um novo prazo para que os feirantes se adequassem às exigências – alugar ou comprar uma banca padronizada – “A população precisa saber que a Prefeitura tem Poder de Polícia. Chegou no limite”, disse. Magno lembrou que a sociedade não transgride determinação do Ministério Público e do Judiciário.
Organizar a feira é preciso. Quanto mais assepsia, higiene, organização, mais se oferece qualidade de vida à população.
Embora nesses nove meses a prefeitura não tenha feito nenhum investimento em prol dos feirantes, fica difícil criar
um diálogo uníssono entre as partes. O prefeito deveria fazer o recapeamento asfáltico de toda área da feira; melhorar os banheiros públicos;
instalar coletores de lixo em pontos
estratégicos dentro da feira; criar
campanha de conscientização entre os feirantes para que cada um organize
seu lixo em recipiente apropriado e, então, pensar em organização dos espaços.
Os ânimos estão acirrados. Deus permita que não aconteça o pior.
Genílson Máximo
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