*Por José de Almeida Castro
Faltam poucos dias para um novo ano. Caminhamos pelas ruas de São Paulo, cidade que tem o décimo maior PIB do mundo e onde os avanços tecnológicos se sucedem com incrível rapidez, quase a cada dia.
As multidões cruzam as ruas e, praticamente, não há ninguém que não esteja com o fone no ouvido. Todos ouvem notícias, acompanham os sucessos musicais, se comunicam pelo telefone. E seguem caminhando, cruzando ruas, avenidas, praças.
É verdade que, no momento, ganham terreno os “smart phones”, os diferentes e mais recentes aparelhinhos que buscam ser os mais modernos e dominantes.
É sempre assim, chegam as novidades, mas novas conquistas acabam se juntando ao que é bom e funciona. Não destroem os avanços que as antecederam. Um exemplo: o velho, simples e eficiente celular, com seu rádio FM, continua vivo e muito útil.
É a repetição da história das invenções. O nosso tempo vê confirmada a união do velho e do novo, um se afirmando e o outro sobrevivendo, ambos fortalecidos com os avanços.
Que bons são os nossos tempos, repetindo a história de todas as invenções, inclusive das mais famosas! Lembremos dos tempos mais recentes: a TV. Iria matar o rádio? Não aconteceu e acabaram os dois meios se ajudando um ao outro.
Satélites, micro-ondas, “www”, internet. Novidades ameaçadoras ? Hoje parceiras naturais se complementando. A mudança pode trazer avanços e importantes novidades.
Chegam iPhones, IOS, Androids, telas rolantes ao toque de mão, fina sintonia, salto do analógico para o digital, sempre os celulares como meio de comunicação.
Verdadeiramente acontece o aperfeiçoamento dos nossos pequeninos e “pretinhos” celulares. Mas por que alguns não trazem o rádio FM? Realmente não faz sentido abandonar o que sempre deu tão certo, com vantagens para as duas partes.
Serviço de primeira utilidade para o maior interessado: o usuário. Música, notícias, comunicação... está tudo incorporado ao rádio FM. E esses novos modelos também deveriam aderir ao rádio FM.
Atente e acredite se quiser em algo surpreendente: na era das modernidades, acabo de ouvir, mais uma vez, como diariamente, um aviso muito conhecido vindo dos potentes alto-falantes instalados num automóvel anunciando “pamonhas de Piracicaba, olha as deliciosas pamonhas fresquinhas”. Isto em 2014 nas ruas da grande metrópole.
Quase cem anos depois do rádio, dos serviços fixos de alto-falantes pendurados em postes, as emissões radiofônicas em FM são conduzidas, muitas vezes, pela internet. Mas o lugar delas é no celular, ali, de graça para todo mundo.
A união que sempre deu certo tem que seguir como sempre esteve. E aprimorada. Isto sim é progresso, é avanço tecnológico.
*José de Almeida Castro é jornalista e escritor. Foi presidente da Abert entre 1972-1974 e presidente da Associação Internacional de Radiodifusão (AIR) por quatro mandatos.
Comentários