“Como
é que um volume desse não passa pela conta de uma construtora? Era coisa de
bodega? Pegar o dinheiro botar numa pasta e sai pagando dez conto a um, vinte a
outro, cinquenta a outro. Se isso foi feito está caracterizado malandragem,
houve crime”, grifou Pastel.
O ex-vereador Antônio
Alberto, popularmente conhecido por “Pastel”, na sessão de ontem da Câmara
Municipal de Estância, foi sabatinado pelos doze parlamentares em atendimento
ao Requerimento n° 125/2015, da autoria do vereador de oposição Tertuliano
Pereira (PRB). Pastel foi convidado a
fazer uma explanação acerca das denúncias feitas em programas de rádio que
envolve um ex-secretário de Agricultura e o atual presidente de Associação do
Povoado Massadiço.
As matérias da ordem
do dia foram suspensas para dar lugar ao ato explanativo do ex-agente público.
Durante quase três horas, Pastel teceu um rosário de denúncias; a cada fala mais
revelações que envolvem outros nomes. Os vereadores Artur Oliveira, José
Domingos Machado, André Graça, Misael Dantas - da base aliada – ressaltaram que
as denúncias precisam ser apuradas, se verdadeiras, que sejam responsabilizados
os protagonistas. Entretanto, diante da explanação de Pastel, ficou claro que o
prefeito Carlos Magno não tem participação. “Mas o prefeito é permissível”,
carimbou o Sr. Pastel.
A exposição foi
esperada com grande expectativa. O auditório da Câmara esteve lotado; internautas
acompanharam através do Facebook e da TV Câmara no portal da Casa.
Denúncias
Pastel foi à imprensa
e delatou que o presidente da Associação do Povoado Massadiço passou um
documento de Procuração para o secretário de Agricultura representar a
Associação num projeto de casas
populares na zona rural que envolveu
cerca de um milhão e meio de reais, conveniado com o governo federal
através da Caixa Econômica. Revelações que vieram como avalanche contra a
gestão municipal.
Segundo Pastel, o
Presidente da Associação lhe revelou preocupação com um cheque no valor de cem
mil que teve que assinar, sendo este descontado na boca do caixa. Sugeriu que seja pedida a quebra do sigilo
bancário da Associação porque o comitê financeiro era formado por pessoas
ligadas à Secretaria da Agricultura.
Ainda expos que
durante férias do titular da Pasta, a Secretaria ficava fechada o mês todo,
como também a secretária e a servente só tinham acesso à Secretaria quando o
titular estava presente. O estranho, segundo o exposto pelo convidado, só uma
pessoa ligada ao secretário tinha a confiança de ficar com a chave da referida
Secretaria. Ainda nessa linha de delação, Alberto Pastel revelou que o Sr. José
Raimundo Rosas dos Passos – membro do Comitê Financeiro da Associação – era o
responsável pelos saques; segundo o denunciante, este era muito ligado ao então
secretário da Agricultura.
Durante a explanação
foram pontuadas outras denúncias envolvendo o Matadouro Municipal como também a
Associação do Povoado Entre Rios que recebeu 178 mil para reforma de Centro
Social, segundo Pastel, o presidente José Lalito Rodrigues (Zito), que assinou
cheques para tal reforma, está preocupado com a ausência da prestação de
contas. Este contrato também gerenciado pela Secretaria da Agricultura.
O presidente da Câmara,
vereador Sérgio Larissa, salientou que a Casa fez o seu papel, o de ouvir o
denunciante. Nos próximos dias vai também ouvir a outra parte (o ex-secretário
de Agricultura e o presidente da Associação do Maçadiço) que estão convidados
através de Requerimento, 126/2015, da autoria do vereador André Graça.
Antônio Alberto foi
dos personagens da linha de frente da campanha eleitoral do prefeito Carlos
Magno. Um dos mais eloquentes oradores. Compôs o governo como secretário
adjunto da Agricultura ao lado do titular da Pasta Laelson Fraga – atual
diretor da SMTT -, recentemente, empossado secretário adjunto de Comunicação
Social, juntamente com o radialista Luiz Carlos Dussantus. Entretanto, segundo
ele, discordava de alguns atos da gestão, embora do conhecimento do prefeito,
como também estava descontente com o tratamento que recebeu nas duas Pastas,
foi exonerado.
Genílson Máximo
Ascom CVE