Travessa Joana D'Arc |
Estância é dos municípios
mais populosos de Sergipe, de acordo com o senso do IBGE, possui 68.405 habitantes.
A cidade é composta de vários
bairros, loteamentos e conjuntos. Alguns mais cuidados, outros nem tanto.
Ruas do centro comercial e dos bairros onde se
concentram proprietários de melhor poder
aquisitivo são mais lembrados. A mesma sorte não converge para alguns bairros
da periferia que passam pelo dissabor - do
quase esquecimento - da ausência de ações do poder público, com a delonga na coleta de
lixo, na reposição de lâmpadas queimadas, na limpeza e capinação, etc. Entretanto, esses serviços também são reclamados pelos munícipes que residem em
ruas e bairros mais aparelhados.
Esta semana nossa
reportagem visitou, em detalhe, o Bairro Cidade Nova, fundado há cerca de 40 anos
e pudemos constatar a ausência de ações da gestão municipal em diversas ruas.
Várias artérias que se localizam nos fundos do mercado municipal desenhadas com
entulhos, matos, buracos, regos, fundões
e, aparentemente, longe de
estarem na lista de obras de pavimentação e drenagem da Prefeitura.
Aqui são vistos cobras, escorpiões, muriçoca, etc. |
Transitar pela Rua Frei
Damião, por exemplo, estava cada vez mais difícil. foi batizada de "rua do carro quebrado" por
conta dos incontáveis buracos que
se enfileiram em sua extensão (está sendo feito o reparo). De acordo com as explicações da Secretaria de Comunicação Social os afundamentos
na pavimentação foram criados por conta
do trânsito de veículos pesados que
transportam materiais para o novo conjunto da Biriba. Terminadas as obras, a
pavimentação será recuperada, é o que tem sido apregoado.
Não é difícil
visualizar as agruras que convivem moradores de ruas como Travessa Joana D'Arc, 2ª Travessa "D", esquina com a Rua Presidente Café Filho, nas
imediações do extinto açude, Rua "F", nos fundos do mercado municipal. Ruas
tomadas por mato, de chão batido, com lamas, esgotos correntes a céu aberto,
focos de lixos, de entulhos, uma visão de cortar coração. O retrato da segregação para a qual
aquelas famílias são empurradas.
A Cidade Nova
é um dos bairros populosos de Estância, com arquitetura urbanística impermanente,
mas também onde se
concentram as ruas mais feias, possivelmente, do mapa sergipano. Ruas
que parecem ter sido proscritas da lista de ações da Prefeitura. Um
município que tem arrecadação avantajada de aproximadamente 12 milhões mês, que recolheu mais de 31 milhões de reais em
royalties, podia dar outro tratamento àquelas comunidades que sofrem com o letargo da gestão.
Travessa Vila Nova |
Moradores lamentaram à nossa reportagem o abandono das
ruas que circundam o antigo açude. Lembraram que em campanha eleitoral o atual prefeito os visitou e se comprometeu em pavimentar aquelas ruas. "Seria um dos
primeiros trabalhos da gestão dele", lembrou Dona
Josefa, 57. Em sua exposição à nossa
reportagem, Dona Josefa salientou não ter mais esperança porque a gestão está no
final e a promessa se desfez ao vento feito
fumaça - Dona Josefa é moradora da Travessa Joana D'Arc, rua que existe apenas no nome - caso a francesa Joana D'Arc
voltase à vida e visse o tipo de vida que as pessoas que moram na rua batizada com o
seu nome vivem, arregimentaria novo
exercito para defender os mais pobres e desceria o bambu no lombo de determinadas pessoas.
Moradores da TV "D" sonham com a calçamento prometido |
Uma cidade que pagou 16
mil/mês a emissora de rádio para promover a gestão; que paga 25 mil/mês de aluguel de imóvel para sediar secretarias;
que paga 17 mil/mês por aluguel de terreno para armazenar veículos e máquinas
da prefeitura; que criou 16 cargos de Assessoria com salários de 6 mil, que
somam 100 mil/mês e ao ano somam mais
de um milhão; que derrubou o palco do
forródromo e gastou com a contratação de palco móvel, segundo o prefeito, mais
de 500 mil por festa; certamente, vai faltar
recursos para trabalhar o óbvio e tirar da penúria aqueles pessoas que vivem naquela situação. É duro morar naquelas condições e saber que Estância
é dona de uma das maiores riquezas do estado.
Repasse de Royalties
2013 - 7.974.489,21
2014 - 12.749.092,90
2015 - 8.568.071,49
2016 - 2.054.303,76 (no 1º quadrimestre/jan.fev. mar.abr)
Arrecadação de ICMS
2013 - 31.710.318,92
2014 - 36.470.577,77
2015 - 43.877.668,68
2016 - 13.213.486,97 (no 1º quadrimestre/jan.fev.
mar.abr)
Fonte: STN/TCE/PMSE
Edição do Parabólica News
Por:Genílson Máximo