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ESPERANÇA NA CONSTRUÇÃO DA HISTÓRIA DO RÁDIO EM SERGIPE


No ano de 1995 fui convidado pelo fundador da Rádio Esperança, doutor Jorge Leite, a fazer parte do quadro de locutores da referida Estação. Não hesitei, aceitei e passei a fazer parte do competente quadro. Ainda cheguei ao entardecer de um tempo em que os toca-discos e os long-plays começam a dar espaço aos toca - CDs.

Com a modernidade batendo à porta, ainda tive o privilegio de trabalhar por alguns anos com os gravadores de rolo (gravação da Censura), com as cartucheiras (reprodução de comerciais), com os aparelhos de Tape-deck para a reprodução dos cassetes e com os toca-discos de marca Technics, dos melhores existente ainda hoje.

Lembro-me dos selos de gravadoras tais como SOM LIVRE, POLYDOR, POLYGRAM, CHANTECLER, CANTAGALO, EMI, ODEON, EMI ODEON, TOP-TAPY, CBS, POLYFAR, SOM, 3M, CONTINENTAL, COPACABANA, BMG, RGE, FERMATA, PHONOGRAM, entre outros. Essas gravadoras enviavam LPs com variedade de musicais, às vezes do mesmo artista, às vezes uma espécie de coletânea, com vários cantores.

Além de locutor, fiquei responsável pela programação (Programador), selecionava cerca de 150 músicas por dia, todos os dias uma programação musical era preparada para o dia seguinte, além de produzirmos gravações, textos, externas, etc.

Aprendi a trabalhar com gravador de rolo, cartucheira, tapy-dack, fitas de rolo, fitas cassete, pick-up (toca-discos). Trabalhamos com Long-Play - LP com 12 faixas; Compacto Duplo com 04 faixas, Compacto Simples com 02 faixas (em material vinil); agulhas de cristal, agulhas de diamante, essas utilizadas para reprodução dos vinis.

Na Esperança encontrei LPs com programetes produzidos pela BBC “CIÊNCIA EM FOCO”, “CARTAZ DE LONDRES”; também uma série de LPs da “GRANDE PARADA BRASIL”, na voz de ENZO DE ALMEIDA PASSOS, da Gravadora GTA Records, no qual ele elencava vários cantores das regiões do país, da década de 70.

Preenchia uma planilha com nomes do compositor, intérprete, música, gravadora, passei a trazer na cachola nomes de compositores, de gravadoras, anos de produção da obra (ufa!). Todo esse aparato deu lugar aos modernos softwares de automação, de produção e edição. Dá saudade desse tempo de um trabalho radiofônico, muitas das vezes, feito na base do improviso e da criatividade.

Obrigado, Rádio Esperança, pela oportunidade de ter vivido um bom tempo de construção do Rádio Brasileiro.


Genílson Máximo




Comentários

Sandro Romero disse…
Boa noite Genilson Máximo.
Sou entusiasta de equipamento vintage de rádio. Tem alguma cartucheira dessa da foto ou cartucho de rádio pra venda?
Ou outros equipamento antigos?
Muito obrigado.
Sandro Romero
Salgueiro-PE
ZAP 87 9 9965-0889
Maxvariedades disse…
Trabalhei em rádio em Santa Maria(RS)... rádio Santanariense...foi uma experiência maravilhosa...

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