domingo, 6 de novembro de 2022

O que seria do ouvinte sem a companhia do radialista

(Foto/divulgação/Google)


O profissional do rádio deve ser um dos poucos  que tem o seu Dia festejado em duas datas, a do dia 21 de setembro (simbólica),  criada por decreto no governo de Getúlio Vargas, 1945, quando estabeleceu o piso da categoria; e a do dia 07 de novembro, (oficial) criada no governo de Lula, 2006, como homenagem ao nascimento do compositor e radialista Ary Barroso que fez grandes programas na Rádio Tupy do Rio de Janeiro, na década de 50.

No Brasil a primeira emissora a transmitir foi a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. O “Guarany”, obra de Carlos Gomes, foi a música que marcou a primeira transmissão da Rádio Sociedade, em 07 de setembro de 1922, comemoração do centenário da Independência do Brasil, logo, concretizando o sonho do médico e professor Edigar Roquete Pinto, Pai do rádio no Brasil.

O rádio passou a unificar as diferentes regiões do país no curso da década de 20. Motivou o surgimento de emissoras país a fora, surgiram as rádios clubes, rádios nacionais, rádios sociedades, criadas por empresários e simpatizantes.

O radialista Heron Dominguez (gaúcho) foi o cara que marcou a plataforma do radiojornalismo através do “Repórter Esso”, as notícias tinham mais peso se noticiadas por ele. Ele comandou esse noticiário por quase duas décadas na Rádio Sociedade do Rio, até ir para TV, e foi ícone para muitos radialistas que adotaram o estilo noticioso.

Final da década de 50, em Sergipe, por uma necessidade política, o PSD criou a Rádio Jornal, pois as rádios Difusora e Liberdade estavam a serviço da UDN; o PSD ficou sem rádio para divulgar os seus interesses, então criou a Rádio Jornal.

Na sequência desses fatos surgiram programas de plataformas jornalísticas como “Informativo Cinzano” (Silva Lima) na Liberdade; “Cidade Aflita” (Laércio Miranda), na Jornal, entre outros.

O universo radiofônico sergipano revelou nomes tais como: Jairo Alves (Rádio Cultura); Chicão da Paradinha (Atalaia); Manoel Silva, “Crepúsculo Sertanejo”; Reinaldo Moura (Cultura); Nazaré Carvalho (Cultura/Jornal); Gilmar Carvalho, Wellington Elias, Irandir Santos, entre outros.

Em Estância o Rádio aterrissou em meados de 1967 trazido pelo engenheiro e jornalista Jorge Leite, que marcou uma nova era na comunicação do interior, interligando municípios, povoados; lapidou profissionais tais como: Araújo Júnior, Augusto Santos, Magno de Jesus, Eduardo Abril, Messias Carvalho, João Muniz, Acrísio Gonçalves, Saulo Oliveira, Ana Maria, Genílson Máximo, Valter Santos, Maria Laurinda, Rosa, entre outros.

Começo dos anos 90 a FM Jornal, Estância, incluiu o radiojornalismo em sua grade. Contou com a voz dos radialistas Eduardo Abril, ‘Dissanti’, Rosalvo Soares, Chicão. Anos depois é implantada a Rádio Abais e põe no ar jornalismo apresentado por Antônio Pastel, Miguel Viana, Dominguinhos, Chiquinho.

Com a chegada da FM Marazul o radiojornalismo ganha ainda mais espaço na cidade de Estância. Em 2015 a Rádio Esperança passa a levar ao ar programas jornalísticos com participação de ouvintes.

Em meados da década de 90 passei a ser discotecário da Rádio Esperança onde aprendi a programar o tipo de música ideal para cada período do dia - manhã, tarde, noite, feriados, domingos -, passamos a saber mais sobre gravadoras, compositores, produção de vinhetas, remasterização, Ecad; melhoramos a plástica da emissora, enxugamos a programação, etc. De 2015 a 2020 ancorei o programa jornalístico “Sábado Esperança” que alcançou expressiva audiência na cidade e municípios da região.

O profissional radialista acompanhou as transformações tecnológicas, políticas, econômicas, bem como, as de ordem da linguagem radiofônica que envolve aspectos tais como: criação, modos de produção, emissão e recepção dos conteúdos transmitidos. Toda essa modernidade continua moldando os profissionais e acendendo novos desafios em todas as plataformas que o rádio é transmitido.

Cada ouvinte cria uma identidade com o radialista. Este entra nos lares, aconselha, amina, interage, informa, enfim, torna-se familiar do ouvinte. O radialista é das ferramentas essenciais para oxigenar as estratégias e objetivos pautados no rádio. Assim sendo, o que seria do ouvinte sem a voz do radialista?

Neste dia, abraçamos a todos os profissionais dessa área que realizam um trabalho impressionante todos os dias!

 

 Genílson  Máximo


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