Por: Genílson Máximo
O radialista Luiz Carlos
Dussantus – Dissanti – abriu o programa desta segunda-feira, 05, (FM Mar Azul) reportando
as ações judiciais que lhe tiveram sentenças favoráveis. Dissanti é alvo do
desejo malacafento de uma sigla que deveria ter postura diferente; como partido
de extrema esquerda, comete erro grasso, não deveria perder de vista a história
dos anos de chumbo quando radialistas e jornalistas foram caçados, perseguidos,
torturados, exilados mortos por agentes de um regime exceção, perverso e
sanguinário.
Querer calar a imprensa tem
sido alvo rotineiro de alguns segmentos da sociedade. Aqui em Estância, alguns
agentes da política local são alunos aplicados das aulas do presidente Bolsonaro,
que anda e vira, ataca profissionais do jornalismo.
Acompanhado de apoiadores reacionários,
antidemocráticos, o PSOL de Estância, segue na contra mão da democracia e do
direito à liberdade de imprensa diante do feito praticado. Entrou com três ações
contra o radialista Dissanti no desejo de tirar o programa do ar sob alegação
de que o programa fazia ilações que iam de encontro aos interesses da citada
sigla.
Na página do Facebook do
mencionado radialista o internauta Pedro Santos escreveu: “Estância está atenta
e de olhos abertos a esse tipo de atitude do PSOL, o povo não é bobo”.
Sabe-se que um dos pilares
do Estado Democrático de Direito é uma imprensa livre, independente e
combativa. Não é à toa que, sistematicamente, vê-se a imprensa ser demonizada
por pessoas com tendências autoritárias irrefreáveis. Em Estância, a sigla que
acalenta o sonho de chegar ao poder pela via democrática, elege o jornalismo como
inimigo e leva o âncora às barras da justiça para silenciá-lo.
“O pedido do PSOL, de Estância, que tem como candidato a prefeito o senhor
Márcio Sousa, pediu para tirar este programa do ar. Escapamos por decisão da
justiça que não viu necessidade alguma de tirar o programa do ar, mesmo o PSOL,
do candidato Márcio Sousa, achando que este programa é nocivo e tem que sair do
ar porque prejudica as eleições de 2020. Então, a justiça entendeu que não há nada
de errado com este programa – disse externou Dissanti.
Relata Dissanti que dos três
processos do PSOL contra ele, dois a justiça lhe deu ganho de causa, resta
ainda um, que tem como finalidade calar o radialista.
“Não que este radialista tenha algo contra o candidato do PSOL, mas pela
forma que Ivan Leite estava rompendo com o prefeito Gilson Andrade, através das
redes sociais, não é maturidade nenhuma do ex-prefeito. O certo seria sentar
olhando olho no olho e não havendo entendimento entre as partes, então, que
cada um siga o seu caminho, isto para evitar que pessoas mal-intencionadas se
aproveitem desse racha e ocupem a prefeitura e levem Estância ao atraso. Não sei
o porquê de o PSOL vestir a camisa”, questiona Dussantus.
Tirar o programa do ar, calar
um radialista, é uma rajada diretamente no coração da sociedade, é um insulto,
deselegância e incitação ao autoritarismo. É uma afronta para todos aqueles
comunicadores, é como se rasgasse o direito à liberdade de imprensa garantido
na CF de 1988.
Mesmo dependendo do julgo
eleitoral, o PSOL dá sinais de saudades dos tempos de chumbo, da Ditadura
Militar (1964/1985); não cabe mais nos dias atuais. Como disse a ministra do
STF Cármen Lúcia.
- A imprensa é livre e não é
livre como um poder, é livre até como uma exigência constitucional para se garantir
o direito à liberdade de informar e do cidadão ser informado para exercer livremente
a sua cidadania. Não há democracia sem imprensa livre. (Cármen Lúcia).
Dissanti é um agente da
comunicação social que tem atuado com responsabilidade. Os seus programas apresentados em duas
emissoras da cidade – Marazul FM e Xodó FM – suprem de informações a população
diariamente, além da cessão de espaço que é dado a diversos segmentos sociais.
Estas ações fere toda a imprensa estanciana. Com isso o PSOL
dá sinais de saudades dos tempos de exceção quando as grandes mídias silenciam
diante dos atos incômodos praticados pela Ditadura – tem rádio em Estância em
silêncio – enquanto a imprensa alternativa enfrentava a“fera” e denunciava as
barbaridades cometidas pelos militares; essa foi perseguida, caçada e
destruída, para ñ dizer aquilo que feria os interesses da elite reacionária.
A quem interessa ter uma
imprensa silenciada?
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