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Estância perde o radialista Reginaldo Lima

 

Estância foi tomada com a notícia do passamento do radialista Reginaldo Lima, ele enfrentava um câncer e fazia tratamento há mais de um ano. Antonio Reginaldo Lima Souza, seu nome de registro, nascido em 06 de novembro de 1960, dá adeus aos 62 anos, deixando três filhos e esposa, neste domingo, 18.

Reginaldo Lima era um apaixonado por Estância, não perdia a oportunidade de sugerir as autoridades locais idéias de desenvolvimento, de cidadania, como fez para a criação dos ‘Marujos de Chico Surdo’, sugestão abraçada pelo prefeito Gilson Andrade, atualmente agregado ao Calendário Junino da cidade. Grupo que presta homenagem ao inventor do Barco de Fogo.


Sua paixão pela cultura cristaliza-se pelo forró, especialmente, o Forró Pé de Serra. Tinha como inspiração o Rei do Baião, Luiz Gonzaga; por conta disto adquiriu uma sanfona de 120 baixos e nas horas vagas, no laborar da sua oficina, arriscava alguns acordes e tocava ‘Asa Branca’.

Era um inveterado ouvinte de rádio. No embalo dessa paixão, em 1997, passou a integrar o cast da recém-criada Rádio Marazul FM, 104,9, onde permaneceu por mais de uma década; acordava a cidade com o programa ‘Forró Sadio’, no qual, como diz o título, só veiculava forró autêntico; alcançou bons índices de audiência. Mais tarde transferiu-se para a Rádio Nova Abais (1.460 kHz), onde apresentou o programa ‘Porteira Aberta’; por fim, para a rádio PAF Web. Ficava chateado quando ouvia as rádios veicularem músicas de sentido duplo. 

Por toda sua vida foi um divulgador da cultura estanciana. Sua página no Face Book consta diversas publicações acerca da história da cidade, das personalidades, dos operários, dos trabalhadores, de pessoas simples, de autoridades, etc. 

Quando dos festivais de sanfoneiros na cidade a sua presença marcava o evento. Muitas vezes como jurado das atrações elencadas. Sua paixão pelo forró o fez se aproximar de Zé Taquary, de Raimundo de Jacó, de Badinho, de Zé de Nato, de Zetinha, de Zé Carlos do Acordeon, de Neno do Acordeon e de tantos outros. Sentia-se feliz em estar no cenário de tantos gênios do forró.

Reginaldo Lima também tinha outra grande paixão, depois do forró, o seu Fusca. Um veículo que nutria imensa paixão, personalizado, customizado, era uma das suas jóias; desfilava pelas ruas da cidade com a família, às vezes estacionava próximo ao antigo Abrigo, aproveitava o tempo para dialogar com amigos sobre assuntos diversos e falar sobre o seu veículo favorito. Essa paixão o levou até organizar desfiles de fuscas para festejar o Dia Nacional do Fusca, dia 20 de janeiro.

Reginaldo Lima foi um irregenerável apaixonado pelo Forró, pelo Rádio, por Estância. Anos a fio trabalhou como técnico de eletrodomésticos – ferro elétrico, enceradeira, liquidificador, batedeira, ventilador, fazia consertos – em sua oficina anexo à maçonaria, no Largo Pedro Pires.

Estância perde um grande profissional, que deixa saudades em todos os quadrantes do município!




Por: Genílson Máximo
Autorizada a publicação desde que cite a fonte

 

 

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