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O legado de Dona Ninete: uma história de coragem e empoderamento feminino

Homenagem a uma guerreira esquecida na história

Março é um mês repleto de homenagens às mulheres, e com toda razão! Elas são as responsáveis por colorir o mundo, trazendo à vida tantas outras vidas. São verdadeiros anjos da guarda em carne e osso, guerreiras incansáveis. No entanto, muitas vezes são esquecidas pelo tapete vermelho e pelos holofotes sociais, relegadas à invisibilidade nas estradas da vida.

Na década de oitenta, em Estância, às margens da BR-101, existiam os famosos bordéis, conhecidos como "Casas Obscenas". Uma figura proeminente nesse cenário era Dona Ninete, uma mulher forte e destemida. Sempre elegantemente vestida, com cores vibrantes e adornada com joias, ela cativava com seu perfume e sua presença marcante. Com 1,70m de altura, cabelos cacheados e uma vaidade única, seus feromônios aguçavam os desejos masculinos.

No seu bordel, Dona Ninete acolhia mulheres pobres e donas de casa que fugiam de situações de violência doméstica. Era o porto seguro para tantas outras mulheres em momentos de necessidade. Embora sua atividade fosse vista com desdém pela sociedade da época, ela nunca prejudicou ninguém. Sempre que surgiam problemas, ela agia com firmeza, seja chamando os seguranças para acalmar os ânimos ou enfrentando os agressores com coragem.

Em uma noite tumultuada, quando uma briga ameaçava a paz do bordel, Dona Ninete não hesitou em intervir. Empunhando uma escopeta, ela pôs fim à confusão e mostrou sua determinação em proteger seu espaço e suas meninas. Seu destemor era conhecido por todos, inclusive por um certo valentão apelidado de 'Acaba Mundo', que acabou levando um tiro nos pés como advertência.

Dona Ninete era uma mulher respeitada, que conduzia seus negócios com integridade e honestidade. Não se envolvia com drogas ou atividades ilícitas e tratava a todos com dignidade. Além de seu trabalho árduo, ela ainda praticava ações de caridade, ajudando suas meninas e contribuindo com a comunidade. Suas boas ações, no entanto, nem sempre eram reconhecidas pelos moralistas da época.

 

Em 7 de março de 2023,

 

Genílson Máximo.

 

 

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