Ele tem uma galinha preta, da raça de pescoço pelado, que deu uma ninhada de 15 pintos. Essa galinha desfilava pelo terreiro a se orgulhar das crias. O seu cão, batizado de ‘Corró’, andava muito com o cão pertencente ao Sr. Mauro, vizinhos separados por uma cerca. Entretanto, o cão do Sr. Mauro possuía habilidades de caçador, excelente na caça de perdizes.
Os dois cães, de tanto andarem juntos, desenvolviam habilidades distintas. O cão do Sr. Mauro a pegar perdizes, o de João Fala Fina (Corró), exterminava os pintos de casa. “Agora deu pra comer pintos. Não pode ouvir um pinto piar que parte pra cima”, disse João Fala Fina.
Eu conversava com João Fala Fina quando a galinha flagrou Corró correndo atrás de um de seus pintos. O instinto materno da galinha acendeu, ficou estressada, arrepiada e partiu pra cima. Deu-lhe umas picadas, umas sapatadas, fez barulho, escarcéu e afugentou o cão, logo, protegendo sua prole. Galinha valente!
Corró não se fez de rogado. Assim que a galinha se afastou, retornou, acomodou-se ali perto. Nesse entremeio, João Fala Fina mexia no aparelho celular e acessou um vídeo no qual aparecia um pinto a piar. Corró foi engenhoso, abocanhou o aparelho e danou-se a correr sítio afora. João Fala Fina correu atrás na tentativa de pegar de volta o celular, mas, Corró desapareceu. Meia hora depois, Zé Grande, morador do mesmo arraial, encontrou o celular na estrada e veio devolver. João Fala Fina havia comprado a aparelho recentemente, desses de tela grande.
Assim que viu a notícia nas redes sociais, que uma estanciana havia capado o marido, João Fala Fina, imediatamente, inventou que o seu cão era a solução para as mulheres traídas. Já que lesão corporal é crime e dá cadeia, o seu cão era a solução. O comedor de pintos.
Genílson Máximo
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