Imagem gerada pela IA No povoado de nome bordado — Flor de Veado — vive Keké, 22 anos, forte como pé de umbu. Trabalha na cidade durante a semana. Na sexta, volta e vira dono do terreiro. É baixinho, vaidoso e falante. Além de bom de serviço, mantém o galinheiro em ordem de prateleira. Cria galinha caipira, capão e galo. Tira ovo fresco todo dia. Na roça, cultiva batata, macaxeira, cenoura, couve, quiabo e um coentro cheiroso que faz a vizinhança salivar. Conta com a ajuda dos dois irmãos e do pai, barbeiro de conversa afiada. Se tem coisa que Keké não perde é prosa com rabo de saia. Namora muito e, como galo-anão, só se engraça com mulher mais alta. Mania que dá trabalho. No sábado, o sítio vira feira. Gente de todo canto aparece atrás da galinha gorda, da macaxeira fresca e da conversa comprida. Keké se exibe. — Essas galinhas são criadas com amor, milho e respeito! — anuncia, peito estufado. O que faz a roda ferver são as histórias. Quando os amigos juntam e a cerveja ...