Pular para o conteúdo principal

Mãe consegue tirar filho das drogas através da Defensoria Pública

Dependente químico usou drogas desde os 22 anos de idade e mãe vinha lutando para recuperar seu filho





A aposentada, Valdelice Alves Ferreira, recorreu à Defensoria Pública do Estado de Sergipe para conseguir internar seu filho de 33 anos, Ítalo Carlos Ferreira Santos, em uma clínica particular para tratamento de usuários de álcool e drogas.

Segundo Valdelice, seu filho era usuário desde os 22 anos de idade. “Ele começou usando maconha ainda muito jovem e passou a consumir outras drogas como cocaína e crack. Na época ele tinha passado em um concurso público federal e fazia faculdade, mas acabou perdendo tudo para o vício. Sempre me ameaçava para adquirir dinheiro, vendia objetos para manter o vício e ainda me prometia deixar de usar drogas, mas não conseguia. Diante de muito sofrimento e noites perdidas, decidi procurar ajuda na Defensoria Pública”, conta.

Sobre os motivos que levaram Ítalo a usar drogas, Valdelice suspeita de problemas pessoais. “Na época estava me separando do seu pai, ele também terminou com a noiva a qual tinha relacionamento de muitos anos e creio que houve influência de amigos usuários de drogas”, acredita.

Diante da grave situação do dependente e da mãe, o defensor público e coordenador do Núcleo da Saúde, Saulo Lamartine, impetrou Ação de Obrigação de Fazer com Interdição Provisória e Internação Compulsória com Pleito de Tutela de Urgência contra o Estado de Sergipe, pleiteando interdição parcial e provisória de Ítalo Carlos, culminando com a nomeação de curador provisório na pessoa de sua genitora e internação involuntária/compulsória para tratamento em clínica especializada para dependentes químicos.

Na ação, que foi protocolada em 13 de abril deste ano, a juíza Áurea Corumba acatou todos os pedidos da Defensoria Pública, concedendo a Curatela Provisória à mãe do interditando, cujo resgate de Ítalo deve ser feito pelo Corpo de Bombeiros e internação compulsória no Grupo Recanto – Centro de Tratamento para Usuários de Drogas e Álcool, localizado no município de São Cristóvão, sendo responsabilidade do Estado de Sergipe todas as despesas sob pena de multa diária de R$ 100 até o valor máximo de R$ 30 mil, em respeito ao direito à Saúde e ao Princípio da dignidade humana garantidos na Constituição.

Segundo Saulo Lamartine, o assistido é dependente químico em estágio avançado e não aceita submeter-se a tratamento de desintoxicação. “Quando a internação não é aceita pelo enfermo, a situação passa pela capacidade da pessoa, de modo que é necessária a interdição provisória com pedido de internação psiquiátrica prevista na Lei 10.216/2002, também conhecida como Lei Paulo Delgado ou  Lei da Reforma Psiquiátrica. Os familiares são atingidos de forma violenta pelos transtornos comportamentais do dependente que não reconhece a doença e não aceita submeter-se a qualquer tratamento, por isso, diante da inexistência de clínica conveniada com o Estado de Sergipe para tratamento do assistido e considerando o caráter integral do direito constitucional à saúde, a Defensoria ingressou com a ação a fim de ser decretada a interdição e cominação de internação do Ítalo”, disse.

O não cumprimento da decisão liminar por parte do Estado culminou no pedido de sequestro no valor de R$ 30 mil feito pela Defensoria Pública em favor do assistido, que foi deferido pela magistrada Maria de Fátima Ferreira Barros.

Ítalo finalmente foi internado e já apresenta excelente quadro de recuperação. “Ele tem tido uma recuperação excelente e o tratamento é sem igual, feito por profissionais devidamente capacitados e preparados. Hoje posso dizer que meu filho está curado graças ao defensor geral Dr. Jesus, ao Dr. Saulo e a juíza Áurea Corumba. A Defensoria Pública representa tudo para mim e para Ítalo, pois fomos premiados com esse presente de Deus, uma instituição que só encontrei coisas boas, pessoas de bem e humanas como os defensores públicos e funcionários que sempre me acolheram bem. Fico sem palavras para mensurar o quanto sou grata”, se emociona Valdelice.


Débora Matos
Ascom DPE/SE






Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Estância lamenta a perda irreparável de Riviany Magalhães, ícone da Educação Municipal

  A cidade de Estância está profundamente abalada com a precoce e trágica perda da professora Riviany Costa Magalhães, vítima de um acidente na BR-101. Mestre em Educação, Pedagoga, Psicopedagoga, Advogada e ex-secretária Adjunta da Educação, Riviany deixou um legado significativo para a educação do município. Sua partida inesperada representa uma perda imensa, não apenas pela vasta contribuição profissional, mas também pela presença acolhedora que exercia nas escolas municipais, onde, com dedicação, transformava a vida de alunos, colegas e toda a comunidade. Riviany não era apenas uma educadora, era um símbolo de afeto, compromisso e competência. Sua trajetória, interrompida de forma abrupta, deixou todos profundamente consternados, pois ainda havia muito a ser oferecido. A ausência de Riviany é sentida de forma irreparável, mas seu exemplo continuará vivo, servindo de inspiração para todos que tiveram o privilégio de conhecê-la. O prefeito Gilson Andrade e o vice-prefeito André G

Os cabarés de Estância, os homens de bem e o falso moralismo

Sem a menor pretensão de estar escrevendo algo original, singular, adianto que a minha motivação   para juntar esse monte de letras que chamo de texto, são as obras de Gabriel Garcia Marques, “Memórias de Minhas Putas Tristes”, as de Jorge Amado, “Teresa Batista Cansada de Guerra”, e Gabriela Cravo e Canela, assim como as músicas, “Cabaré” de João Bosco e Aldir Blanc, “Folhetim” de Chico Buarque de Holanda e “Geni e o Zepelim” também de Chico Buarque. Farei   observações sobre as profissionais do sexo, ora como putas, ora como prostitutas, ou qualquer outro sinônimo, seguindo o vocabulário de cada época. Escrever sobre personagens do andar de cima ou do andar de baixo é uma opção ideológica e não literária em minha opinião, por isso escolhi mais uma vez escrever sobre gente discriminada, gente que apesar do trabalho que exercia, tinha mais dignidade do que se imagina. Estou me referindo aos proprietários de cabarés. Quanto mais lemos, quanto mais estudamos as obras de Jorge

Estância e as suas ruas de nomes pitorescos

Capitão Salomão, centro Por: Genílson Máximo Estância, traz de pia, nome   que  converge em  ascensão ao substantivo feminino. Nome que  agrada ouvir sua sonoridade e que não o é cacófato. Por conta da sua simbiose com o município de Santa Luzia - do qual  foi povoação - quiçá, recebeu do mexicano Pedro Homem da Costa o nome de Estância, talvez  por ser  um local de paragem, de descanso quando das viagens de comércio entre outros  os povos da época. Denominada pelo monarca  Dom Pedro II como o Jardim de Sergipe,  Estância guarda na sua arquitetura os sobrados azulejados, possui um belo acervo arquitetônico, apesar das constantes perdas provocadas por destruições e mutilações de prédios históricos. Estância  das festas juninas, do barco de fogo, dos grupos folclóricos. Estância composta  por nomes de ruas que rasgam o tempo, mesmo com  as constantes mudanças de nomes, continuam vivos no consciente popular  com os seus  pitorescos  nomes. O programa "Sábado Esperança&