O município
de Estância, com sua grandeza histórica, econômica e social, convive há anos
com um paradoxo lamentável: apesar de ter candidatos qualificados e com
expressivo apoio popular, a cidade permanece sem representação na Assembleia
Legislativa de Sergipe (Alese).
Nas eleições
de 2022, nomes de peso como o professor Dudu (3.714 votos), o policial Márcio
Souza (2.234 votos), a professora Adriana Oliveira (5.401 votos) e o advogado
Misael Dantas (5.832 votos) demonstraram que Estância possui candidatos
competentes e comprometidos com o desenvolvimento local. Contudo, esses números
positivos se perdem na disputa por uma vaga que parece sempre escapar à cidade.
O verdadeiro
entrave não está na falta de representantes capazes, mas nas chamadas
“pseudo-lideranças” locais. Sob o pretexto de influência, essas figuras traem
os interesses da cidade ao apoiar candidatos de fora. Essa prática não apenas
desvia votos que poderiam fortalecer um nome da terra, como também contribui para
a exclusão de Estância na Alese.
Dos 24
deputados estaduais eleitos em 2022, todos receberam votos em Estância. Entre
eles, candidatos de outros municípios – como Dra. Lucena (864 votos), Jeferson
Andrade (418 votos), Carminha (461 votos), Maísa Mitidieri (736 votos) e Pato
Maravilha (1.177 votos) – somaram votos que, em outra circunstância, poderiam
ter sido decisivos para eleger um representante genuinamente estanciano. Com
mais de 170 candidatos votados na cidade, o desperdício do potencial local
torna-se evidente e é um golpe direto contra o futuro político de Estância.
A falta de
representatividade também se agrava pela postura dos vereadores. Dos 15
parlamentares da atual legislatura, a maioria demonstra apoio a candidatos de
outros municípios, enfraquecendo a defesa dos interesses estancianos e
perpetuando um ciclo de invisibilidade política na Alese.
Se Estância
contasse com a mesma coesão política de cidades como Lagarto ou Itabaiana, seu
cenário seria completamente distinto. A desunião das lideranças, que muitas
vezes priorizam interesses pessoais, impede o fortalecimento de uma
representação que realmente defenda o Bem da Cidade. Enquanto a população sofre
com a inércia do Governo do Estado – que, em dois anos de mandato, fez pouco
pela cidade –, as ambições individuais continuam a prevalecer.
Chegou o
momento de repensar essa realidade. Por que não apostar em um candidato (a) de
casa? Deixar de ser coadjuvante e assumir um papel de protagonista no cenário
político sergipano pode ser a chave para transformar o futuro de Estância. Com
uma representação estadual legítimo, a cidade deixaria de ser ignorada pelo
governador de plantão e conquistaria uma voz ativa nas decisões que a afetam.
- 1990:
Estância elege dois deputados estaduais – Dr. Ivan Leite (PDC) e Dr.
Carlos Magno (PFL).
- 1994: Dr.
Ivan Leite é reeleito deputado estadual, enquanto Dr. Carlos Magno passa a
integrar a bancada dos deputados federais.
- 2010: O
médico Gilson Andrade é eleito deputado estadual, sendo reconduzido ao
cargo em 2014.
- Desde 2014: Há 11
anos, Estância vive um jejum na Alese, apesar de seu potencial inegável.
Conclusão
Estância é
admirada pelo seu potencial e infraestrutura – economia pujante, parque
industrial expressivo, localização estratégica e um belo litoral –, mas
continua à margem das decisões estaduais. A mudança depende da união e do voto
consciente da população. Em vez de se encantar com promessas vazias de
candidatos de fora, é hora de apoiar quem realmente conhece e defende a cidade.
E para aqueles
que se encantam com promessas vazias de candidatos descompromissados com acidade,
vale lembrar o aviso do saudoso Bezerra da Silva: “Candidato Caô Caô”.
Abra os
olhos, Estância! A verdadeira transformação começa nas urnas, e cada voto pode
fazer a diferença para que, finalmente, a cidade ocupe o seu merecido lugar na
Assembleia Legislativa.
Por:
Genílson Máximo
Em 22 de fevereiro de 2025.
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