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Mostrando postagens de agosto, 2023

Major Osvaldo: “Em amor a Estância, ninguém me excede”.

Num dia desses, enquanto organizava meus livros, deparei-me com uma obra que descansava na estante há muito tempo. Era um livro da autoria do escritor estanciano Major Osvaldo. Essa descoberta trouxe à tona memórias relacionadas a um acontecimento de tempos atrás, quando um senhor simpático estacionou em frente à minha casa por volta das duas da tarde.  Uma voz desconhecida perguntava a meu vizinho sobre a localização da minha residência. Olhai pela janela e vi um homem de cabelos brancos, aparência afável e corpo franzino, que disse: “Vim aqui lhe conhecer pessoalmente. Pois, já ouvir falar muito da sua pessoa através dos jornais”. Escrevi para os jornais ‘Nosso Jornal’, ‘Folha Trabalhista’ e ‘Gazeta de Estância’. Convidei para entrar. Ele estava acompanhado de dona Edneuza da Farmácia, sua amiga de longa data. Nossa conversa se estendeu por aproximadamente duas horas, abordando uma variedade de assuntos. Nesse entremeio ele me presenteou com um livro da autoria intitulado “Estância

Serenata sob o Luar nos Anos Sombrios

(Foto: ilustrativa)  Ao destampar o baú de memórias, permita-me compartilhar um episódio hilário dos tempos em que eu fazia parte de um grupo musical ambulante, percorrendo as ruas noturnas da cidade sob o brilho prateado da lua, em contraste com as luzes urbanas. Era uma época em que entoávamos canções icônicas, navegando na crista da onda musical daquela era turbulenta. No ano de 1983, enquanto o país vivenciava o encerramento das cortinas da Ditadura Militar, ainda havia resquícios do temor e das torturas perpetradas por homens de boinas verdes. A trupe de seresteiros era composta por quatro membros: eu, Arlinaldo, David, e "Som". Nossa base era o bairro do Porto D'Areia. Eu morava na Rua da Tamanca, Arlinaldo na Rua do Pompeu. "Som", filho do mestre Cocoré, morava em frente à Maçonaria, e David residia na Rua do Arame. Às vezes, Unaldo (jovem com fumaças de cantor) se juntava a nós, brindava-nos com canções da sua autoria, nos cativando com sua destreza

AGNALDO RAMOS, UM HOMEM DE CORAÇÃO BONDOSO

O Homem é eterno quando suas ações são lembradas  Não podemos permitir que a gratidão seja o sentimento que rapidamente envelheça em nós. Está provado que “Nenhum homem é uma ilha isolada”, como disse John Donne; sendo assim, a gratidão é o maior símbolo de amor que podemos demonstrar ao próximo, pois ninguém consegue chegar a um lugar algum sozinho. Vivemos em comunidade, vivemos em tribos, precisamos uns dos outros. Com este preâmbulo, lembro as memórias da década de oitenta.  Escrevo essa crônica para imortalizar uma homenagem a Agnaldo Ramos, um cidadão de Estância que passei admirar por conta de um fato em que ele me ajudou sendo direto e eficaz. Abril de 1983, eu havia acabado de me tornar pai aos 22 anos. Minha esposa deu a luz na maternidade do Hospital Amparo de Maria e recebeu alta. Nascia minha primeira filha, a quem dei o nome de Fagna, em homenagem ao cantor cearense, meu ídolo, Fagner. Com a orientação do médico para deixar a maternidade, uma preocupação surgiu: com

FOI UM BOM COMÍCIO, MAS DE SITUAÇÕES INUSITADAS

Crônica (Foto ilustração: Google) Na década de 80, durante a efervescência de uma campanha eleitoral, fui convidado a participar do comício de um político local bastante conhecido. O evento foi realizado em frente ao Hotel Dom Bosco, em palco improvisado sobre a carroceria de um caminhão, voltado para a Praça do Amparo. Era noite de quarta-feira, a rua estava repleta de espectadores, criando um ambiente festivo para os moradores da localidade. Naquela época, era permitida a distribuição de brindes como camisetas, bonés e realização de shows artísticos. A rua estava decorada com cartazes dos candidatos a prefeito e vereador, imagens coladas nas paredes, postes enfeitados com bandeirinhas suspensas em cordões cruzando de um lado para o outro. A iluminação amplificava o cenário proporcionando o ambiente perfeito para o evento político. Os candidatos a vereador circulavam entre o público, distribuindo panfletos, cumprimentando eleitores e apresentando suas metas. Alguns, com recurso

Um menino que jamais vi me abraçou e me chamou de pai

Era um domingo, dia 13 de maio de 2007, para celebrar o Dia das Mães, convidei minha esposa para almoçarmos em um conhecido restaurante da cidade. Por volta das 13 horas chegamos ao local. Dirigimo-nos ao bufê, partos e talheres em mãos, escolhemos os alimentos e procuramos uma mesa para almoçarmos. Por ser uma data especial, muitos casais, filhos e filhas ocupavam os espaços do restaurante. Ao lado, uma atração musical animava os presentes com músicas alusivas ao Dia. O cantor, que fazia brilhante apresentação, sugeria que as pessoas pedissem música em homenagem às mães.  Veio-me à lembrança a música ‘Mamãe’, grande sucesso de Ângela Maria, gravada em 1957, da autoria de Herivélton Martins e David Násser. Fui atendido e o cantor muito bem aplaudido! A comida era ótima, apetitosa! Do lado de fora do restaurante não pude evitar perceber uma senhora que estava como se aguardasse que alguém lhe oferecesse um prato de comida e, ainda, com uma criança grudada à sua saia. Ela aparentava

O marchante Seu Quincas e a carne do nosso churrasco

Foto do Google. Ilustrativa   Essa crônica remonta fatos decorridos no início dos anos oitenta e tem como foco homenagear um cidadão de bem, trabalhador, que laborava como vendedor de carnes no mercado de carnes da feira-livre da nossa cidade. Joaquim Alves da Silva (Seu Quincas). Era um cidadão polido, de trato especial para com a sua clientela. Aquele que adentrasse ao Talho de Carnes era logo abordado – Freguês, aqui tem carne de primeira! Quer quantos quilos – indagava. E sempre ao final da compra fazia uma gracinha, oferecia um pequeno pedaço de carne ao freguês, às vezes um osso de correr ou costelas. Não me vem à lembrança como iniciou, mas, vez e outra, eu, juntamente com os amigos da adolescência: Dadinho, Dudé, Caborje, Calunga, íamos à sua banca pegar uma xepa, carnes de menor valor comercial, pedaços de carnes duras, alguns ossos cobertos com uma raspinha de carnes, mas que tinha muito que aproveitar, ele fazia um peso de cerca de dois quilos e nos doava. Nós tínhamos garan

Gilson Andrade reforça o pedido para construção de Orla no Porto D’Areia

  O prefeito da cidade de Estância, Gilson Andrade (PSD), foi o anfitrião no ato de inauguração da reforma do Centro de Referência de Educação de Jovens e Adultos Jorge Amado, ocorrido na manhã do dia 09 de agosto de 2023. A solenidade atraiu prefeitos e vereadores da região, secretários de Estado e municipais, lideranças políticas, professores e alunos. O prefeito Gilson Andrade, ao fazer uso da palavra, aproveitou para reforçar, junto ao governador Fábio Mitidieri, a construção da Orla do Porto D’Areia, às margens do rio Piauí. “Sr. governador, aquele projeto de construção da nossa Orla do Porto D’Areia, sem sombra de dúvida, será uma obra tão importante quanto esta obra aqui! Olhe com carinho para esse projeto, deixei lá com o secretário Luiz Roberto, para podermos inaugurar em 2025. Não estarei mais prefeito, mas estarei presente na inauguração dessa obra que irá transformar a vida dos moradores do Bairro Porto D’Areia. O pedido está feito mais uma vez!” Em 12 de maio de 2023,

INSS pode CORTAR aposentadoria: Entenda a situação

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) pode revisar e cortar benefícios por incapacidade e assistência mesmo após o prazo de dez anos da concessão. O entendimento está em resolução do Conselho de Recursos da Previdência Social publicada no Diário Oficial da União, que uniformiza regras para quem recorre ao conselho. Conforme o documento, o INSS poderá revisar e cancelar o pagamento de aposentadoria por invalidez, auxílio-doença e BPC (Benefício de Prestação Continuada) após o prazo decadencial por se tratar de benefícios que estão sujeitos à revisão periódica prevista na lei. Veja mais informações sobre o corte. Primeiramente, a aposentadoria por incapacidade permanente (antiga aposentadoria por invalidez) é um benefício que pode ser pago ao segurado do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) que comprove, por meio de perícia médica, estar incapaz para o trabalho de forma permanente. Porém, o INSS já vinha aplicando esse entendimento nos processos administrativos sobre a revis

Dona Angelina apagou mais uma velinha no dia do seu natalício

No final desta semana, Dona Angelina comemorou mais um natalício. A dada se deu no dia 10 (dezembro), o dia faltou espaço para acomodar o montante de felicitações que lhe foram dedicadas. Isto é a resposta do carinho que os estancianos nutrem por sua pessoa. Por volta das 15 horas, neste sábado, eu saía da Rádio Esperança, após apresentar o "Sábado Esperança" e fiz questão de passar em sua residência para lhe dar um abraço de parabéns. No alpendre estavam: doutor Jorge Leite, doutor Ivan Leite, doutora Adriana Leite (vice-prefeita), Dona Angelina, Dona Juvenice e outras pessoas.  Fui recebido por doutor Ivan, cumprimentei a todos e, ainda, posamos para uma foto histórica.   Dona Angelina cultiva uma horta de flores no quintal da sua residência. Quando de eventos, tipo casamento, festa religiosa, ela mesma prepara bonitos arranjos e presenteia. Quando o seu filho esteve como Prefeito de Estância, todo o dia enviava um arranjo com as flores lindas para decorar o gabinet

O esguicho do caldo do pitu me fez perder a camisa nova

Num desses dias em que somos tomados pelo lume da criação, sacudi as minhas lembranças, limpei o pó do tempo e entre uma linha e outra me arrisquei a compor essa crônica para cristalizar um acontecimento que eu reputo ser facecioso. Era tarde de um domingo, 23 de maio de 2010, a cidade de Gumercindo Bessa fervilhava pelos quatro cantos com a campanha eleitoral que se avizinhava. Os festejos juninos batiam à porta da cidade e por toda a cercania inspirava-se uma mistura de política com prelúdio de "Salva Junina" que tradicionalmente ocorre no derradeiro dia do quinto mês do Calendário Gregoriano, 31 de maio. Naquele tarde o telefone tocou e a voz oposta era do amigo doutor Gilson Andrade que me perguntava o que eu fazia - Estou dando bando no cachorro - respondi. Convidou-me a acompanhá-lo a uma visita à casa da amiga Maria do Flau, localizada à antiga Rua da Usina, a poucas braças da feira. Eu havia comprado uma camisa dessas de gola-polo. Estava aguando uma ocasião especial