Minha mãe foi uma das vítimas da BR-101 em Estância. E a tragédia continua
Há décadas, o DNIT em Sergipe parece ter
lavado as mãos diante do drama da BR-101 no trecho que corta Estância. A
ausência de ações concretas expõe diariamente pedestres e motoristas a riscos
de vida ao tentarem atravessar para bairros como Santo Antônio, Cidade Nova,
Valadares, Piauitinga, Bonfim e o centro, além de vias como Marechal Deodoro,
Caminho do Rio, Rua da Usina, Jessé Fontes, Boa Viagem e Rua da Rosa. A cada
travessia, a iminência de atropelamentos paira como sombra constante.
Do trecho
da Ponte da Cachoeira até a entrada da Cidade Nova, o número de vidas perdidas
é incalculável. Décadas de tragédias não foram suficientes para sensibilizar as
autoridades. Estância segue chorando seus entes queridos, vítimas de um descaso
histórico. Até quando?
Cada
morador tem sua própria história de perda. A minha é de 16 de janeiro de 1983,
quando minha mãe foi uma das tantas vítimas na cabeceira da Ponte da Cachoeira.
Mais de 40 anos se passaram e nada foi feito para garantir segurança àqueles
que atravessam o local diariamente. Como diz o ditado: “Tudo como dantes no
quartel de Abrantes.”
Além do
risco nas travessias, cruzar a Ponte da Cachoeira — localizada no km 153 da
BR-101, com 171 metros de extensão — é um desafio diário. Sua estrutura, a
mesma desde 1956, segue sem adaptações ou modernizações. Quase 70 anos depois.
Da era da fóbica.
Governadores,
deputados federais e senadores parecem impotentes ou indiferentes. O problema
persiste, e com ele, o risco à vida de milhares de estancianos.
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