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O São João de Estância, um dos melhores do país, começa hoje, trazendo uma explosão de cultura e tradição

  “Se alguém disser que existe, pode dizer que é lambança. Duvido que alguém faça São João que nem Estância” Esse trecho é da música "Forró e folia", da compositora estanciana Raimunda Andrelina, eternizado na voz do também estanciano, Rogério Cardoso, de saudosa memória. Esta sexta-feira, 31 de maio, marca um dia especial para o município de Estância, pois é realizada a tradicional Salva Junina, evento que abre oficialmente os festejos juninos. A celebração movimenta a população em todos os cantos da cidade, que até o final de junho se transforma num imenso arraial repleto de atrativos culturais únicos. Logo mais à noite, a festa inicia com um Cortejo Cultural, percorrendo as principais ruas do centro até a praça da catedral, onde acontece a bênção da fogueira, o hasteamento da bandeira e apresentações folclóricas. Em seguida, a festa continua no Forródromo Rogério Cardoso, com apresentações de Alcymar Monteiro, Banda Magníficos, Iguinho e Lulinha, Gardênia Mel, exibiç

Festejos juninos em Estância: onde o Barco de Fogo encanta e a cultura brilha

Ele é composto de madeira leve, papel, cola, espadas, estopim, pólvora e roldana. Estes são os componentes que dão vida a um dos inventos mais fascinantes da criatividade humana: o Barco de Fogo. Criado pelo aspirante a marinheiro Antônio Francisco da Silva Cardoso, conhecido como Chico Surdo, o Barco de Fogo tornou-se uma das maiores atrações dos festejos juninos de Estância, SE. Seus espectadores, de olhos arregalados, se reúnem para ver o artefato "navegar" pelos céus. Preso a um arame de aproximadamente 200 metros de extensão entre duas tesouras de madeira, o Barco de Fogo rasga a noite em sua plenitude, deixando para trás um rastro de luz e cores que lembra a cauda de um cometa. Esse espetáculo enche os corações dos espectadores com um contentamento profundo. Atraindo não apenas os aficionados por fogos de artifício, o evento também chama a atenção de veículos de comunicação de todo o país. Globo, Record, Band, SBT e TV Educativa já estiveram em solo estanciano par

Pré-candidatos a prefeito de Estância enfrentam prova de fogo em feijoada concorrida

  Na tarde de ontem (26), o Restaurante Lunary, localizado no centro da cidade, foi palco da 17ª edição da tradicional feijoada, evento que reuniu um grande público, incluindo autoridades, políticos e pré-candidatos a cargos eletivos. Todos foram atraídos pelo sabor inconfundível de um dos pratos mais icônicos da culinária brasileira. A feijoada, com raízes na culinária africana trazida pelos escravos durante o período colonial, conquistou o Brasil e desenvolveu variações regionais conforme os ingredientes disponíveis em cada local. Suas diferentes versões refletem a rica diversidade cultural e gastronômica do país. O evento foi marcado por apresentações animadas de grupos de samba, pagode e forró, proporcionando um ambiente festivo para os presentes. Muitos aproveitaram para dançar e desfrutar de cervejas geladas. O Restaurante Lunary se transformou em uma vitrine política, onde pré-candidatos a vereador e a prefeito puderam interagir com o público, posar para fotos e receber

Recebi o cantor Lindomar Castilho na Rádio Esperança de Estância

Foto: do Google Só quem fez rádio no tempo dos toca-discos, tape-decks, cartucheiras, gravadores de rolo, com o locutor separado do operador através de um vidro, e o programador tendo que utilizar 300 discos para compor a programação diária, além de ter que informar à ECAD o nome da música, do compositor e da gravadora, sabe o prazer que é receber na emissora um cantor de expressão regional ou nacional. É uma alegria muito boa! Pois é, nesse tempo tive o prazer de receber artistas como Jorge de Altinho, Gláucio Costa e Adelmário Coelho na Rádio Esperança. Já passavam das 14 horas quando bateram palmas no portão da rádio. Fui atender e tive a grata satisfação de receber a visita do cantor e compositor Lindomar Castilho. Era uma quinta-feira, 13 de agosto de 1998. Ele se apresentou com barba rala, bigode, cabelo preso em rabo de cavalo, camisa branca básica, calça jeans surrada e sandálias de tiras. Sorridente, ele disse: “Sou o cantor Lindomar Castilho. Conhece? Gostaria de deixar o

Em vez de amigo da onça, Pirão foi amigo do gato

Era um dia de domingo, reunidos peladeiros de final de semana, ávidos por ‘bater um baba’, a bola já aparentava desgaste, mesmo assim, era latente o desejo pelo certame. Um dos amigos, apelidado de ‘Cotovelo’ - pernambucano aperfeiçoado em Estância, ganhava a vida como Mestre de Obras -, era o encarregado de pegar de casa em casa os peladeiros. Possuía um fusquinha ano 74, já enfadado pelo tempo de uso, de cor vermelha, pintura queimada. Há quem diga que com um arame e um alicate qualquer uma arruma o Fusca. Parece ser verdade, pois, Cotovelo transportava um caixote no porta-malas onde continha quase outro fusca desmontado. Tinha de tudo! Quanto ao ‘bater um baba’, a expressão me fazia curioso, não sabia ao certo a etimologia da expressão. À época, dei-me com um muro na cara e segui na escuridão. Com ajuda dos robôs do Google, hoje, saciei minha curiosidade. O nosso caso se deu em 1982, ano em que a Seleção montada por Telê era das melhores, só tinha craques, equipe que encantou o mund

A figura imaginária do Papa-Figo continua viva

imagem ilustrativa: tinha essa imagem o carro do PaPa-Figo O temido Papa-Figo assombrava a infância nas cidades do Nordeste durante as décadas de 60 e 70. As crianças da época sentiam um profundo temor apenas ao ouvir seu nome. A crença popular associava o Papa-Figo a uma figura sinistra que se alimentava do fígado de crianças, alimentando assim o medo que permeava a imaginação infantil. Em um estudo realizado pela Universidade Estadual da Paraíba, especulou-se que, no imaginário coletivo, o Papa-Figo poderia ter sido uma figura afetada por doenças como hanseníase (popularmente conhecida como lepra) ou doença de Chagas, que causa inflamação no fígado. Essas possíveis enfermidades contribuíram para a construção desse personagem sombrio. Os pais, preocupados com o bem-estar de seus filhos, orientavam que eles não aceitassem presentes de estranhos, pois acreditavam que indivíduos desconhecidos que ofereciam brinquedos e doces eram enviados pelo Papa-Figo. O simples avistamento de um car

Vida na Vila: entre o futebol, as fofocas e o sabor do cotidiano

Foto ilustrativa Os fatos que irei relatar nesta crônica ocorreram na década de 1970, um momento em que o país estava imerso nas emoções da Copa do Mundo. A Seleção Brasileira de 1970 foi, sem dúvida, uma das que reuniu maiores craques que o futebol brasileiro já viu em uma Copa do Mundo. Durante horas, os brasileiros se voltaram para os aparelhos de rádio e TVs, deixando temporariamente de lado a Ditadura Militar que assombrava o país. A habilidade e destreza de craques como Jairzinho, Rivelino, Gérson e Pelé, entre outros, levava os brasileiros à loucura. Foi nessa atmosfera que nos mudamos para uma vila no Porto d'Areia, uma propriedade do Sr. Dioclécio, nas proximidades da Escola Gilberto Amado. A vila era composta por dez casinhas e um banheiro comunitário que desembocava em uma trilha em direção à maré. Lembro-me vividamente de Dona Merentina de Pompilo, que, logo cedinho, batia de porta em porta com sua voz que lembrava o piado de uma mãe-da-lua e seu sorriso desdentado, per