Do Site Revista Veja
O presidente do Senado, Renan
Calheiros, criticou duramente a política econômica da presidente Dilma
Rousseff, em depoimento publicado na TV Senado e na internet. O político
alagoano está com relações estremecidas com o Planalto por causa do avanço das
investigações da Operação Lava Jato em cima de colegas de Congresso, como o
presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o senador Fernando Collor de Mello. O
próprio Renan é alvo de investigação pelo Supremo Tribunal Federal no âmbito da
Lava Jato.
"O ajuste é insuficiente, tacanho. Até aqui quem pagou a conta foi o
andar de baixo. Esse ajuste sem crescimento econômico é cachorro correndo atrás
do rabo. Não sai do lugar. É enxugar gelo até ele derreter", disse o
presidente do Senado em relação ao plano do ministro da Fazenda, Joaquim Levy,
para reequilibrar as contas públicas. Segundo ele, é necessário que o Executivo
faça a sua parte e elimine despesas. "É preciso cortar. Cortar ministérios,
cortar cargos comissionados, enxugar a máquina pública, fazer a reforma do
Estado e ultrapassar, de uma vez por todas essa prática superada da boquinha e
do apadrinhamento", afirmou Renan no depoimento que dura quase dezessete
minutos.
Renan não menciona o fato de que a estagnação econômica começou já em 2014,
antes de o ministro Levy assumir o cargo e de o ajuste ter começado a ser
adotado. No ano passado, o PIB cresceu apenas 0,1% (sendo que, no quarto
trimestre, a economia encolheu 0,2% em relação ao mesmo período de 2013).
O político alagoano aproveitou ainda para sair em defesa do presidente da
Câmara, Eduardo Cunha, que rompeu com o governo depois da divulgação da
informação de que ele foi citado em depoimento da Operação Lava Jato como
suposto beneficiário de um pedido de 5 milhões de dólares em propina. "Ele
tem sido um bom presidente da Câmara, implementando um ritmo de votações",
disse Renan.
(Da Redação)
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/renan-chama-ajuste-de-tacanho
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