Ilustração: Foto do Google Em uma pequena cidade, residia uma mulher chamada Iracema. Corria à boca pequena que ela possuía o costume de "costurar para fora". Era esposa de um homem que trabalhava como porteiro para um influente empresário. O casal vivia, com seus três filhos, em uma casa funcional, próxima à residência do patrão. Outra figura de destaque era Dona Belê, uma mulher multifacetada. Ela coordenava os empregados domésticos, vigias, vaqueiros, fazia as compras da casa, organizava missas e procissões. Em suma, desempenhava o papel de gerente do empresário. Naquela época, meninos e meninas buscavam a bênção do padre na praça aos domingos, após a missa. O delegado funcionava como uma espécie de juiz de paz, severo, pegando pelas orelhas os jovens que desonravam as moças e depois tentavam escapar de suas responsabilidades. Era um período de tabus, censura, e o país ainda sofria os resquícios do regime militar. Um jovem vizinho das duas senhoras, trabalhador, re...