Ao revisitar meus antigos arquivos, deparei-me com uma agenda de páginas amareladas, um presente de Luizinho, amigo de alma e coração que conheci há décadas. Luizinho, ou “Fonfom” (*), como o chamávamos — um apelido que carregava humor e afeto —, era uma figura singular. Foi folheando essa agenda que uma história peculiar emergiu das brumas da memória, um relato que ele, com sua habilidade de cativar pela palavra, compartilhou comigo, vivido em 1984. Naquele dezembro, Fonfom, então com 22 anos, decidiu passar as férias na histórica cidade de São Cristóvão, sob o acolhimento da tia Zuleide, uma mulher de fibra, dona de uma rotina que a mantinha fora de casa até o anoitecer. Durante o dia, o silêncio reinava na casa, rompido apenas pelo som do televisor, enquanto a brisa suave e quente da janela aberta trazia uma sensação de calmaria quase hipnótica. Fonfom era jovem, charmoso, de pele morena e sorriso desarmante. Contudo, nada em sua experiência de vida poderia prepará-lo pa...
Por: Genílson Máximo