Pular para o conteúdo principal

Postagens

Câmara Municipal de Estância: o legado político de André Graça e Filadelfo Alexandre

Existem momentos na história de uma cidade que se tornam marcos. São ações que não apenas resolvem questões imediatas, mas que se transformam em legados, permanecendo vivos mesmo após décadas. Na trajetória do Parlamento estanciano, dois nomes se destacam como protagonistas de mudanças significativas: André Graça e Filadelfo Alexandre . André Graça: de vereador a presidente transformador A trajetória política de André Graça sempre esteve marcada pela proximidade com o povo e pelo trabalho firme em favor de Estância. Antes de se tornar prefeito, sua atuação na Câmara Municipal deixou raízes profundas. Durante dois mandatos como presidente da Casa Legislativa, André Graça liderou uma transformação que deu nova identidade à sede da Câmara. Não foi apenas uma reforma; foi uma reconstrução de valores, de estrutura e de funcionalidade. Sob sua gestão, o prédio ganhou imponência e se tornou referência no interior de Sergipe. Foram construídos novos gabinetes – atendendo à necessidade de todo...

Prefeitura garante acesso ao litoral após ação emergencial na Estrada de Rodagem

  Em ação rápida, Secretaria de Infraestrutura e Habitação realiza manutenção emergencial na via que liga o Botequim aos povoados litorâneos   Priorizando o bem-estar da população, a Prefeitura de Estância, por meio da Secretaria de Infraestrutura e Habitação, agiu prontamente para solucionar os problemas de trafegabilidade em um trecho da Estrada de Rodagem que dá acesso aos povoados litorâneos de Miranguinha, Muculanduba e Farnaval.   Na manhã deste domingo (28), equipes e máquinas da prefeitura foram mobilizadas para realizar a manutenção da via, nas proximidades do bairro Botequim. O trecho havia sido danificado pelo intenso tráfego de caminhões pesados que transportam materiais para as obras de um novo residencial na região, e pelas fortes chuvas dos últimos dias, que deixaram a estrada enlamaçada.   Para garantir a segurança e a mobilidade dos moradores, a prefeitura realizou a raspagem da lama com o auxílio de patrol e espalhou areia nos pontos mais cr...

Filadelfo Alexandre: um visionário que deu endereço à Câmara Municipal de Estância

Durante décadas, a Câmara Municipal de Estância — uma das mais antigas do estado de Sergipe — não passava de uma inquilina no centro da cidade. Instalada em um casarão modesto na Rua Capitão Salomão, o Parlamento Estanciano funcionava com estrutura limitada, sem o peso simbólico que o Poder Legislativo de uma cidade-polo como Estância deveria carregar. Essa realidade mudou em 2005, quando um jovem do cenário político local assumiu a presidência da Casa: o empresário Filadelfo Alexandre, reeleito vereador para a legislatura daquele ano. “Na condição de presidente da Casa de Leis, entendi que já passava da hora de a Câmara Municipal ter uma sede que pudesse engrandecer ainda mais o Parlamento Estanciano”, afirma ele, relembrando o início da articulação. Uma articulação de bastidores A conquista da sede própria da Câmara não foi obra de um único gestor, mas fruto de uma articulação política complexa, envolvendo três esferas de poder: o Legislativo municipal, o Executivo local e o Jud...

Fernandinho da 7 Desejos: música, memória e legado em Estância

Enquanto houver som, haverá 7 Desejos    Quem viveu os anos 80 e 90 em Estância sabe que a cidade não apenas tinha música — ela era música. De cada clube, praça ou praia ecoavam os sons de forrós bem marcados, guitarras com alma e batuques cheios de alegria. Era uma época em que o coração batia no compasso dos conjuntos musicais, como os lendários Os Cometas e Unidos em Ritmo, rivais discretos, mas unidos por uma mesma missão: colocar Estância para dançar. Foi nesse solo fértil, entre trilhos musicais e sons de trio elétrico, que um menino chamado Fernandinho — hoje conhecido por todos como Fernandinho da 7 Desejos — começou a rabiscar seu destino. Filho da terra e forjado na paixão sonora, ele aprendeu, como poucos, a conversar com instrumentos. Bateria, teclado, sanfona, baixo... Todos lhe respondiam como velhos amigos. Era como se o sangue que corria em suas veias pulsasse em compassos. “Guardo todos os instrumentos. Não vendi nem uma baqueta. Está tudo bem guardado”, di...

Zé Combrogó: o facão, os tambores e os fantasmas da rua do cemitério

  Quando Zé Combrogó conheceu Etelvina, o mundo parou. Não literalmente — a terra seguiu girando, a oficina seguia lotada e o Opala do sargento ainda fazia barulho de chocalho —, mas o coração do cabra deu aquela falhada de pistão cansado na friagem da manhã. Etelvina era filha do carroceiro Buiu – nome de quem já carrega nas costas tanto sabedoria quanto carga em subida. Ela tinha um sorriso que fazia até Santo Antônio dar uma repensada nos votos. Pele preta feito noite sem lua, olhar de quem tem conexão direta com os ancestrais e cabelo de comercial de xampu que nunca chega na prateleira da farmácia. Era o tipo de mulher que você olha e pensa: “rapaz... isso é patrimônio tombado pelo coração da república.” Casaram-se no grito do amor e na teimosia que só a paixão rega. Zé pediu a mão, o braço e o que mais tivesse disponível. A vida de casado começou numa casinha simples, honesta, e, por puro deboche do destino, plantada atrás de um cemitério. Isso mesmo: um cemitério, como qu...

A mangueira de Jorge Leite: fruto, memória e silêncio cantante

  No coração da Praça Princesa Isabel, no bairro Santa Cruz, existe uma mangueira que segue firme, soberana, como guardiã do tempo. Continua ali — frondosa, altiva, exuberante. Mas o que ela já viveu... ah, isso eu conto agora, enquanto olho pra ela daqui mesmo, de onde escrevo. Ela sempre esteve ali, bem em frente à antiga casa do saudoso senador Júlio Leite — residência onde Dr. Jorge Leite morou por toda a vida. Sem dúvida nenhuma, foi o zelador sentimental dessa praça. Ninguém sabe ao certo quantos anos ela tem. Ainda não sei! Mas lembro bem da sua copa carregada, especialmente durante a estação das mangas. Era como se o céu se escondesse entre os galhos, de tanto fruto madurinho, amarelo, com aquele perfume doce que tomava conta do ar. Bastava uma cair no chão com aquele sonoro “buf” — e pronto: a criançada corria, disputando a fruta como se fosse troféu. Jorge Leite, sempre discreto, gostava de assistir a tudo da sua varanda. Ficava ali, sentado, vendo os passarinh...

Maria Rosa, a Rosa de Carretéis: flor que jamais murcha na memória do filho

  Houve um tempo em que a vida não se media em relógios, mas em chuvas que tardavam e colheitas que se esperavam. Nesse tempo, nasceu no povoado Carretéis, em Itabaianinha, agreste de Sergipe, uma menina chamada Maria Rosa. Filha do agricultor José Máximo, era feita de barro, sol e suor. Cresceu entre raízes de mandioca e sacas de farinha. Não teve escola nem caderno, mas aprendeu com a enxada e a reza, com o silêncio das noites cortadas pelo coaxar dos sapos e o sonho de uma vida mais justa. Desde cedo, a menina olhava o horizonte como quem pressentia que a vida lhe pediria mais. “Deus me fez pequena de corpo, mas grande de coragem” , pensava. Aos dezoito anos, partiu com a mala leve, carregando mais coragem que roupas. Aracaju a recebeu com as portas do trabalho abertas, mas não as da facilidade. Tornou-se empregada doméstica em casas de família, servindo com dignidade, sem perder o brilho dos olhos cor de mel. Ali conheceu um homem e, dele, a esperança de uma gravidez. Mas o...